Uma pesquisa nacional que busca traçar um panorama sobre a parcela da população que já foi infectada pelo novo coronavírus está parada em alguns municípios depois de cientistas terem problemas em entrar nas casas das pessoas. O trabalho, liderado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), abrangia 133 cidades, mas em pelo menos 30 os pesquisadores estão com dificuldade de realizar o estudo.
O Epicovid19-BR, considerado o maior estudo populacional sobre coronavírus no Brasil, foi planejado para usar uma metodologia similar à das pesquisas eleitorais para estimar o número real de infectados no Brasil. O trabalho tem apoio e financiamento do Ministério da Saúde, mas, de acordo com nota divulgada neste domingo pela universidade, ele foi inviabilizado em algumas cidades do País.
A instituição relata que entrevistadores do Ibope que aplicavam testes na população foram detidos em alguns municípios. Conforme o Estadão relatou na sexta-feira, 17, isso ocorreu, por exemplo, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
A nota informa que os pesquisadores estão parados em cerca de 30 cidades, já que o envio do ofício do Ministério da Saúde comunicando os 133 municípios que participam do projeto chegou pouco tempo antes do início dos trabalhos. "Quando as equipes do Ibope chegaram a alguns lugares na semana passada, a notícia da pesquisa ainda não estava disseminada na população. Seja porque o ofício não foi visto ou porque não houve tempo hábil de fazer uma articulação com as secretarias de saúde", afirma o epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, que coordena a iniciativa.
Segundo ele, em cerca de cem municípios as dúvidas foram rapidamente esclarecidas e a pesquisa funcionou bem, caso de Manaus. "Nas outras cidades, as autoridades locais fizeram uma série de confusões", diz.
Hallal conta que um dos municípios onde os pesquisadores estão parados alegou que teste epidemiológico usado na pesquisa não era aprovado pela Anvisa. Mas o material foi enviado e aprovado pelo próprio Ministério da Saúde, ao qual a agência reguladora é vinculada.
Ele também afirma que neste domingo, 17, pesquisadores foram encaminhados a uma delegacia em Criciúma (SC), para prestar esclarecimentos. "Há um prejuízo de recursos públicos. Esses entrevistadores são pessoas que estão trabalhando para sustentar suas famílias e se expondo. Se estivéssemos num lugar racional, as pessoas estariam aplaudindo esses pesquisadores", diz Hallal.
A Epicovid19-BR estava prevista para ser encerrada neste domingo, mas os coordenadores decidiram prolongá-la até terça-feira. No trabalho, a população é testada em casa, por meio de um sorteio aleatório utilizando dados do IBGE. Os profissionais coletam uma amostra de sangue da ponta do dedo do participante.
O estudo começou no Rio Grande do Sul e há pouco mais de um mês o Ministério da Saúde solicitou à universidade que desenhasse o mesmo protocolo de atuação em nível nacional. Em avaliação preliminar, a pesquisa detectou que o número de casos da covid-19 no Rio Grande do Sul é aproximadamente 15 vezes maior do que o número de casos confirmados pelo governo do Estado.
O Epicovid19-BR, considerado o maior estudo populacional sobre coronavírus no Brasil, foi planejado para usar uma metodologia similar à das pesquisas eleitorais para estimar o número real de infectados no Brasil. O trabalho tem apoio e financiamento do Ministério da Saúde, mas, de acordo com nota divulgada neste domingo pela universidade, ele foi inviabilizado em algumas cidades do País.
A instituição relata que entrevistadores do Ibope que aplicavam testes na população foram detidos em alguns municípios. Conforme o Estadão relatou na sexta-feira, 17, isso ocorreu, por exemplo, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
A nota informa que os pesquisadores estão parados em cerca de 30 cidades, já que o envio do ofício do Ministério da Saúde comunicando os 133 municípios que participam do projeto chegou pouco tempo antes do início dos trabalhos. "Quando as equipes do Ibope chegaram a alguns lugares na semana passada, a notícia da pesquisa ainda não estava disseminada na população. Seja porque o ofício não foi visto ou porque não houve tempo hábil de fazer uma articulação com as secretarias de saúde", afirma o epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, que coordena a iniciativa.
Segundo ele, em cerca de cem municípios as dúvidas foram rapidamente esclarecidas e a pesquisa funcionou bem, caso de Manaus. "Nas outras cidades, as autoridades locais fizeram uma série de confusões", diz.
Hallal conta que um dos municípios onde os pesquisadores estão parados alegou que teste epidemiológico usado na pesquisa não era aprovado pela Anvisa. Mas o material foi enviado e aprovado pelo próprio Ministério da Saúde, ao qual a agência reguladora é vinculada.
Ele também afirma que neste domingo, 17, pesquisadores foram encaminhados a uma delegacia em Criciúma (SC), para prestar esclarecimentos. "Há um prejuízo de recursos públicos. Esses entrevistadores são pessoas que estão trabalhando para sustentar suas famílias e se expondo. Se estivéssemos num lugar racional, as pessoas estariam aplaudindo esses pesquisadores", diz Hallal.
A Epicovid19-BR estava prevista para ser encerrada neste domingo, mas os coordenadores decidiram prolongá-la até terça-feira. No trabalho, a população é testada em casa, por meio de um sorteio aleatório utilizando dados do IBGE. Os profissionais coletam uma amostra de sangue da ponta do dedo do participante.
O estudo começou no Rio Grande do Sul e há pouco mais de um mês o Ministério da Saúde solicitou à universidade que desenhasse o mesmo protocolo de atuação em nível nacional. Em avaliação preliminar, a pesquisa detectou que o número de casos da covid-19 no Rio Grande do Sul é aproximadamente 15 vezes maior do que o número de casos confirmados pelo governo do Estado.