O lockdown, medida de fechamento mais rigoroso das atividades com a colocação da população em quarentena rígida para reduzir a propagação da COVID-19, é cada vez mais rejeitado pela população, que ampliou o apoio aos isolamentos horizontal e vertical. É o que mostra a segunda etapa da pesquisa “Opiniões COVID-19”, das organizações Perception, Engaje! Comunicação e Brazil Panels, realizada entre 29 de abril e 1º deste mês, contando com 590 entrevistados em todo país.
Leia Mais
Pela 1ª vez, Brasil ultrapassa mais de mil mortes pelo novo coronavírus em 24hMulher com coronavírus terá de usar tornozeleira após desrespeitar isolamento no Mato Grosso do SulCoronavírus: Robô identifica sintomas da COVID-19 via WhatsAppEinstein cria 1º exame genético do mundo para detectar COVID-19 em larga escalaMP é acionado após público denunciar mãe youtuber do canal 'Bel para meninas'Medida adotada na maioria do Brasil, o isolamento horizontal, que é o afastamento de todas as pessoas apenas com o funcionamento de serviços essenciais, ainda ganha terreno. Da primeira fase para a segunda, a concordância com a quarentena avançou de 41% para 50%. O isolamento vertical também ganhou força, com o aumento das respostas afirmativas no sentido de que seria melhor deixar a economia funcionar normalmente e afastar apenas os grupos de risco. Essa percepção evoluiu de 29% para 31%.
A preocupação com a infecção cresceu de 60% para 72% dos entrevistados, sendo que a maioria (41%) se considera “ansioso e preocupado” e os demais “muito ansiosos e preocupados”. Entre as pessoas que demonstraram essa expectativa negativa, 36% a justificaram devido à falta de confiança na Saúde em geral, por temor de não ter acesso ao serviço caso fique doente. Em seguida, 19% culparam o desemprego e 14% a crise econômica.
A pobreza e a desigualdade foram citadas por 14% da amostra da pesquisa e as condições de amigos e família são preocupação para 9%, enquanto 3% temem que faltem alimentos e produtos de necessidade básica. A crise política é o problema para 2%; a corrupção, para 1%, nesse momento, e a educação, 1%.
“A pauta continua sendo a saúde, mas a crise econômica e seu potencial de gerar desemprego e desigualdade têm muita relevância. Na primeira etapa, a saúde respondia por 61% (25% a mais) e a economia e o desemprego tinham 29% (queda de 4%)”, avaliam os realizadores da pesquisa.
Confiança e hábitos
As questões relacionadas à saúde se mostraram preocupações maiores entre os habitantes das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil; pessoas de curso superior completo e funcionários públicos. Já o temor quanto à economia se destaca mais no Sul, entre as classes A e B, entre mais jovens, os que só conseguiram concluir até o ensino médio e os trabalhadores autônomos. A pesquisa também avaliou quais as instituições que têm maior nível de confiança diante dos entrevistados e o destaque foram os médicos e profissionais de saúde, com 72% das menções.
ENFRENTANDO A PANDEMIA
O que a população pensa sobre as medidas para enfrentamento da doença respiratória
DISTANCIAMENTO
50% querem o isolamento horizontal (abertura apenas aos serviços essenciais)
31% preferem isolamento vertical (apenas para grupos de risco em casa e serviços em geral funcionando)
15% acreditam que o melhor é o lockdown (fechamento completo e quarentena restritiva)
TEMOR COM A COVID-19
36% pela falta de confiança na Saúde em geral
19% por causa do desemprego
14% têm medo da crise econômica
14% se preocupam com pobreza e desigualdade
9% estão aflitos com as condições de amigos e família
3% temem que haja falta de alimentos e produtos de necessidade básica
Fonte: Perception, Engaje! Comunicação e Brazil Panels