Em meio à crise política que abala o governo federal nesta sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que quer a liberação da cloroquina para o tratamento da COVID-19 mesmo sem comprovação científica.
“Quem não quiser que não tome, pô. Mas, não enche o saco de quem quer tomar. Tome o que quiser, mas não fica tirando direito”, disse o presidente.
“Aí ficam os idiotas: ‘ah, mas não tem comprovação científica’. Eu sei que não tem. Alguém lembra da guerra do Pacífico (ocorrida no Peru e na Bolívia no século XIX)? Os soldados chegavam feridos e precisavam de transfusão, mas não tinha doador. Começamos a meter água de coco na veia deles. Sem comprovação científica, salvou (sic) milhares de pessoas”, afirmou Bolsonaro.
O presidente também pontuou que a cloroquina pode se tornar a salvação para os pacientes de COVID-19. “Nós temos que tentar. Temos que ousar e vou na tática militar nessa questão da cloroquina: ‘pior que a dor da derrota é a dor da vergonha de não ter lutado’”.
E completou dizendo que daria o medicamento a sua mãe caso ela se infectasse com o novo coronavírus. “Se minha mãe, com 96 anos de idade, for dado positivo. Meu irmão já sabe: cloroquina nela”, garantiu.
O chefe do Executivo também ironizou requerimento de senadores do PT enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU) para retirar o fármaco do programa elaborado pelo Ministério da Saúde para tratar os pacientes com COVID-19.
Enquanto Bolsonaro se concentra no debate acerca da cloroquina, o Brasil registra mais de 330 mil casos de COVID-19 e 21.048 mortes.