O Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, criou o primeiro teste do mundo de diagnóstico do novo coronavírus (Sars-Cov-2) baseado em Sequenciamento de Nova Geração com 100% de especificidade, ou seja, não apresenta casos de falso-positivo. A precisão do exame é equivalente à apresentada pelo método convencional (RT-PCR), porém possui a vantagem de permitir a realização simultânea de até 1.536 amostras, volume 16 vezes maior que o padrão.
A tecnologia utilizada no teste é protegida intelectualmente pelo Sistema Internacional de Patentes dos Estados Unidos por representar um grande passo no combate à COVID-19. O teste deverá estar disponível para a rotina de operação diagnóstica no Einstein até o início de junho.
O exame é baseado na tecnologia de leitura de pequenos fragmentos de DNA para identificação de doenças ou mutações genéticas, por meio da coleta de amostra com um cotonete esterilizado em contato com a região nasal ou saliva. A grande diferença presente na inovação dos pesquisadores do Einstein foi ter adaptado o método para detectar o RNA, que, junto com o DNA, compõe o material genético do ser humano.
O recurso aparece como a alternativa mais viável de testagem diagnóstica em grande escala, ação necessária para a adoção de medidas imediatas de tratamento da doença, previsão da demanda para o sistema de saúde e controle da expansão dos casos. Os testes rápidos normalmente utilizados detectam anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à infecção causada pelo vírus e só podem ser observados, em média, 14 dias após a data de contaminação. Por esse motivo, possuem taxas aproximadas de 30% de resultados falso-negativos.
De acordo com o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, o exame criado pelo Hospital de São Paulo difere dos comuns. Ele identifica a presença do vírus no corpo humano, agindo como um instrumento de diagnóstico a ser usado desde o primeiro dia de infecção.
“A nova tecnologia amplia a capacidade mundial de diagnóstico, início rápido de tratamento e de isolamento dos doentes, contribuindo, assim, para o controle da expansão da pandemia”, afirmou.
A alternativa foi desenvolvida seguindo as recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e a Food and Drug Administration (FDA), a agência americana responsável pela aprovação de medicamentos e tecnologias em saúde. As primeiras análises no processo demonstram alta capacidade (90%) de identificar corretamente as pessoas que contraíram a doença. Elas foram executadas usando amostras testadas na rotina habitual do laboratório do Einstein.
Para o engenheiro e diretor de Inovação e Transformação Digital da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Claudio Terra, “o feito da equipe do Einstein, executado em tão pouco tempo (dois meses), é resultado do grande investimento da organização em suas áreas de pesquisa, inovação e empreendedorismo”.