O presidente Jair Bolsonaro voltou a se posicionar contra as medidas de isolamento social para combater o novo coronavírus. Em entrevista nesta terça-feira, 26, o presidente afirmou que não dá mais para a economia continuar fechada.
"Sabemos que devemos nos preocupar com o vírus, em especial os mais idosos, quem tem doenças, quem é fraco, mas (sem) essa de fechar a economia. 70 dias a economia fechada. Até quando isso vai durar?", questionou o presidente, que não fazia uso da máscara, item obrigatório em todo o Distrito Federal. "Nós vamos enfrentar isso daí, eu lamento. Eu estou com 65 anos de idade, eu estou no grupo de risco."
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"Eu tenho obrigação como chefe de Estado de tomar decisões. Estou de mãos amarradas por decisão do Supremo Tribunal Federal que delegou a Estados e municípios essas medidas. Continuam chegando videos pra mim de pessoas sendo algemadas por estarem na rua. Isso não pode continuar assim. Como disse lá para o ministro, reservadamente, que eu não queria que tornasse público é fácil colocar uma ditadura no Brasil. O povo tá com medo dentro de casa", afirmou.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem afirmado que a doença que matou 347.836 pessoas no mundo até agora é uma "gripezinha" e respondeu com um "e daí?" questionamento de um jornalista sobre o crescente número de mortes no País.
Dois ministros da Saúde pediram demissão por discordar de suas ordens para o combate à pandemia. Atualmente, a pasta é comandada por um interino, o general Eduardo Pazuello, que aceitou liberar a cloroquina para pacientes com sintomas leves da doença, o que seus antecessores na pasta discordaram por não haver comprovação científica da eficácia do medicamento.