Jornal Estado de Minas

Análise: PMs do Rio e de SP atacam manifestantes a favor da democracia

Policiais militares deixaram claro de que lado estão neste momento tão conturbado vivido pelo país, em que a democracia está em risco. Em manifestações neste domingo (31) no Rio de Janeiro e em São Paulo, as PMs optaram por reprimir manifestantes que saíram às ruas para defender o regime democrático e fecharam os olhos para os movimentos que pregaram o golpe militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).


 
Em São Paulo, jovens torcedores dos quatro principais times do estado — Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos — foram reprimidos com violência pela PM ao se posicionarem a favor da democracia. Esses manifestantes fizeram um contraponto a grupos que ocuparam parte da Avenida Paulista para defender o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a volta da ditadura. Policiais dispararam bombas de gás lacrimogênio contra os defensores da democracia.

No Rio, um policial disse a um deputado bolsonarista que mandou queimar uma faixa pró-democracia. As manifestações aconteceram na orla de Copacabana na manhã deste domingo. Havia grupos a favor e contra o governo de Bolsonaro.
 
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), um policial foi flagrado dizendo que mandou queimar a bandeira contra o governo.

Para dispersar o grupo a favor da democracia e contra o fascismo, a Polícia Militar do Rio usou bombas de efeito moral, o que chamou a atenção dos presentes. Nada foi feito em relação aos que defendiam a ditadura.
 
O mesmo ocorreu em São Paulo, indicando que as PMs, em sua maioria, estão fechadas com os movimentos a favor do fechamento do Congresso e do STF, com a volta da ditadura militar.

Em São Paulo, a PM disse que foi atacada por pedras pelos torcedores dos quatro times que repudiaram os atos fascistas. No Rio, a PM se calou. O clima nas ruas das duas principais capitais do país é de tensão.
 
Em Brasília, Bolsonaro usou um helicóptero e andou a cavalo em apoio os poucos seguidores que foram às ruas defender o governo.