A presença de William Waack, da CNN Brasil, na cobertura dos protestos antirracistas nos Estados Unidos vem causando incômodo em vários membros da comunidade negra.
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Praça Sete: BH tem manifestação pela democracia e contra o racismoVizinhos idosos brigam, e um deles morre a facadas em BH; irmão da vítima fala em racismoEmpresas americanas são cobradas por posição anti-racismo para além das palavrasWaack chama Belém de 'meio do mato' e é acusado de preconceitoEm momento histórico na tv brasileira, Globo News coloca no ar um jornal apresentado apenas por negros“Não é só com gotinhas de cotas nas universidades que vamos resolver a questão racial no Brasil. Hoje, a CNN e toda a mídia brasileira têm o poder de convidar acadêmicos negros para conversar sobre essa temática. Quando vejo William Waack, que foi mandado embora por um episódio de racismo, e, hoje, debate tanto tempo sobre a questão, eu acho que deveríamos também convidar negros, no lugar de fala deles, para debater sobre essas questões”, declarou Alexandra.
Pelas redes sociais, várias pessoas exaltaram a postura da jornalista, se declarando representados por ela em seu desabafo.
“Eu vi isso e aplaudi de pé”, disse uma usuária do Twitter. “Ela deu uma aula ao vivo”, afirmou outro.
Os protestos nos Estados Unidos ganharam corpo em 25 de maio, quando o policial branco Derek Chauvin asfixiou George Floyd, um homem negro nas ruas de Minneapolis, no estado americano de Minnesota. Chauvin ignorou os pedidos de clemência e os avisos de Floyd de que não conseguia respirar e seguiu com o joelho sobre seu pescoço, o que o levou à morte.
Declaração racista
Ao ouvir a buzina de um carro do lado de fora do estúdio, Waack, com um sorriso sarcástico, expeliu as seguintes palavras:
“Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar, porque eu sei quem é... é preto. É coisa de preto”.
Em janeiro de 2018, em um artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, Waack disse não ser racista e se justificou alegando que “constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento”.
Em junho de 2019, foi anunciado como contratado da CNN Brasil.