O Ministério da Saúde negou atraso proposital a divulgação de dados sobre infectados e mortos pela covid-19 feita quarta-feira, 3, quando foram confirmadas 1.349 em 24h, número recorde ao País.
"Essas situações podem acontecer, porque esse processo de checagem é muito variável", disse hoje o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
A divulgação tem sido feita cada vez mais tarde. No começo da pandemia, ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), a situação epidemiológica era apresentada diariamente em entrevista à imprensa. Desde o começo de maio, os dados passaram a ser divulgados depois das 19h e são comentados por técnicos apenas em declarações a jornalistas no dia seguinte.
Ontem, dia de maior número de mortes confirmadas em 24 horas, a equipe do Ministério da Saúde informou que o dado sairia apenas às 22h por problemas técnicos. Até a publicação desta matéria, às 20h09, os dados de hoje ainda não haviam sido divulgados.
O número de vítimas registradas de um dia para o outro não significa que todas as mortes ocorreram neste período. Os dados consideram casos que só foram confirmados recentemente, mas podem ter ocorrido semanas antes.
O dia com maior número de mortes (670) pela covid-19 no Brasil foi 12 de maio. Há, porém, ao menos 4.115 mortes em investigação, o que ainda irá redistribuir os registros de vítimas e pode alterar a data de recorde de mortes.
Macário disse achar "lamentável" que a imprensa trate como recorde o número de óbitos confirmados em 24 horas, pois nem todos ocorreram neste período. "Não estou menosprezando a importância de informação, de casos e óbitos. Somente não concordo com essa colocação."
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