Após uma semana na etapa de transição e mesmo com o isolamento social mantido, engarrafamentos, aglomerações e grandes filas foram registrados desde a manhã desta segunda-feira, 8, em Fortaleza. Com o início da fase 1 do plano de retomada das atividades econômicas, mais uma parte do comércio na capital cearense reabriu as portas para receber clientes.
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Ocupação de leitos para COVID-19 atinge 100% em Natal e MossoróGoverno anuncia nova plataforma para informar sobre COVID-19; veja detalhesCovid-19 provoca mais 74 mortes no Estado do RioO colapso visto por dentro: médicos de Manaus falam da luta contra o coronavírusBrasil tem 849 mortes por COVID-19 em 24h, revela consórcio de veículos de imprensaAlém dos estabelecimentos relativos às cadeias de construção civil e saúde, os comércios de rua e de shoppings retornaram com 40% da mão de obra, horário limitado e respeitando protocolos sanitários para prevenir a disseminação do novo coronavírus.
Em um shopping no bairro Parangaba, zona sul da cidade, há bombeiros civis medindo a temperatura de clientes com termômetro digital. No chão, há marcações de indicação para distanciamento social. Lojas controlam a entrada das pessoas para evitar aglomerações. Por causa disso, enormes filas se formaram no interior do shopping.
A doméstica Aparecida Silva, de 50 anos, afirmou que estava ansiosa para a reabertura do shopping, já que precisava resolver pendências no centro comercial. Ela contou, porém, que teve de enfrentar uma longa espera para ser atendida. "Demorou muito, mas é porque está bem organizado. Não deixam entrar muitas pessoas e também tem poucos atendentes. Apesar disso, eu acho importante, deu até para comprar algumas coisinhas que eu estava precisando", avaliou.
Outro shopping de Fortaleza, no bairro Edson Queiroz, área nobre de Fortaleza, também abriu as portas com um protocolo completo de biossegurança, alterando a rotina do estacionamento, acesso a lojas, restaurantes e uso de áreas comuns. "Com cautela, serenidade e responsabilidade, o shopping planeja a volta da sua operação baseada em experiências nacionais e internacionais, e recomendações de profissionais da saúde para o processo de reabertura, com informações relacionadas a duas fases, além de seguirmos todas as determinações legais contidas nos decretos federais, estaduais e municipais", explicou Wellington Oliveira, superintendente do estabelecimento.
Entre as medidas do shopping, estão suspensos os serviços de vallet, fraldário e empréstimo de carrinho de bebê e cadeiras de rodas. Ficam limitados os acessos a elevadores, sanitários e áreas administrativas. Meia hora antes do fechamento do centro comercial, será comunicado no sistema de áudio o tempo para o encerramento das atividades e o incentivo para antecipar o pagamento do estacionamento, evitando, assim, aglomerações e filas.
Mariana Holanda, diretora de uma loja de roupas localizada tanto em shoppings quanto nas ruas da capital, disse que o primeiro dia de trabalho dentro do decreto governamental foi especial. "No shopping, tivemos um bom fluxo, não foi grande, mas o suficiente para que cada cliente fosse atendido de maneira segura. Em todas as nossas lojas, tomamos o cuidados com os cliente. Nossas atendentes utilizam máscaras e viseiras de acrilico, pontos de álcool em gel, marcações para manter o distanciamento e todas as vendas foram feitas com cartão. Nossas máquinas também estão plastificadas e após cada venda elas foram higienizadas", afirmou.
Etapa 1 de liberação
Nesta etapa, que tem duração de 14 dias, todas as cadeias produtivas autorizadas a funcionar contam com 40% dos seus empregados liberados para cumprirem suas funções de maneira presencial. Os shoppings de Fortaleza funcionarão diariamente, das 12h às 20 horas, e só será permitido acesso de pessoas usando máscaras. No entanto, salas de cinema, atividades de entretenimento, parques infantis, eventos e apresentações de teatro, bem como restaurantes e todas as operações de alimentação não estão permitidos a operar. Alguns serviços oferecidos pelo empreendimento e alguns espaços também terão uso limitado.
No centro de Fortaleza, a movimentação foi intensa. Muitos pedestres se aglomeraram nas ruas, porém houve controle no interior das lojas. De acordo com o decreto governamental, o comércio de rua deve funcionar das 10h às 16 horas, para evitar lotação em ônibus coletivos.
A cadeia automotiva também começou a operar nesta segunda-feira, com os setores da indústria, comércio e serviço de veículos. A ideia é de que o setor retorne com 36% da cadeia, sendo 6.536 pessoas voltando aos seus postos de trabalho.
Congestionamento
Com o início da fase 1, cerca de 69 mil pessoas voltaram às suas funções na capital cearense. Ruas e avenidas ficaram congestionadas. Para os trabalhadores que utilizam transporte público, a prefeitura de Fortaleza instalou câmera térmica em um dos sete terminais fechados de ônibus, no bairro Antônio Bezerra.
A medida pretende fazer a triagem de passageiros que apresentem quadros de febre e orientar a busca por atendimento médico. Segundo o titular da Coordenadoria de Fomento à Parceria Público-Privada e Concessões, Rodrigo Nogueira, não haverá restrição para a entrada no terminal. "Caso seja detectada a temperatura acima de 37,5 graus, os passageiros serão orientados a buscar uma unidade de saúde. Caso apresente bons resultados, a ideia é replicar a iniciativa em outros terminais e órgãos da Prefeitura", comentou.
Isolamento social no Interior
Apesar da liberação gradual da economia em Fortaleza, cinco cidades da região norte do Ceará seguem em lockdown, como Sobral, Itarema, Itapipoca, Camocim e Acaraú. "Há uma preocupação com o interior do Estado, uma preocupação com o crescimento de casos de covid-19. Então nossa decisão é renovar o isolamento social em Fortaleza por mais sete dias e manter o isolamento rígido nestas cidades", declarou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), durante transmissão nas redes sociais no último sábado, 6.
Próxima etapa
A segunda fase do protocolo de reabertura da economia no Ceará é condicionada ao resultado das etapas anteriores. A partir do dia 22 de junho, poderão funcionar as agências de comunicação, indústrias e serviços de apoio, consultoria de tecnologia da informação.
Bares e restaurantes poderão funcionar das 9h às 16h; celebrações religiosas poderão acontecer com apenas 20% da capacidade de pessoas. Por fim, a segunda fase também permite que a categoria de esporte, lazer e cultura funcionem para aluguéis de equipamentos.