O Estado de São Paulo tem feito cerca de 30 mil testes por dia para detectar contaminações do novo coronavírus, ou um terço do que considera desejável, afirmou, no início da tarde desta terça-feira, 16, a economista Ana Carla Abrão, que faz parte do conselho econômico criado pelo governo estadual para ajudar na gestão da crise pandêmica.
Segundo Ana Carla, o governo espera chegar ao ritmo de 100 mil testes sendo processados por dia. "Hoje, a nossa capacidade de processamento não está tão longe, mas a capacidade de execução está bastante longe", disse a economista, em live organizada pela XP Investimentos.
Se São Paulo chegar aos 100 mil testes por dia, estará ultrapassando o que fez Itália e Espanha e estará mais próximo de Estados Unidos e Coreia do Sul, comparou a economista. "Hoje, todo o Estado deve estar testando em torno de 30 mil por dia, um terço do que seria o necessário", disse a economista, que também é chefe do escritório da Oliver Wyman no Brasil.
Segundo Ana Carla, uma das principais dificuldades é que muitos testes feitos pelo setor privado não são integrados aos dados do setor público. "O setor privado tem testado de forma crescente, mas sem informar ao governo. É preciso integrar as plataformas", disse.
A economista afirmou também que o governador João Doria (PSDB) pretende criar um selo de testagem para as empresas que realizam testes. "É preciso garantir que haja incentivos para que as empresas testem", disse.
Ao comentar a situação fiscal dos Estados, Ana Carla declarou que os governadores responsáveis não terão outra alternativa a não ser realizar reformas administrativas depois que passar a crise do coronavírus. "Não há como continuar com o processo de consolidação fiscal sem reformas administrativas para os entes subnacionais", disse a economista, que estima que os gastos com pessoal representem entre 70% e 75% das despesas dos Estados.
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