A dona de casa Ana Késsia de Lima, de 30 anos, começou a sentir dores no peito após ser diagnosticada com a COVID-19 no dia 11 de junho. Ela buscou atendimento no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista. Classificada como situação de pouca urgência, Ana aguardou duas horas pelo atendimento. O profissional de saúde informou que a falta de oxigênio podia ser tratada em casa e a liberou. Mas o marido a levou para uma clínica da rede privada.
Mesmo sem comorbidades, houve piora e a dona de casa precisou ser entubada e internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O custo do tratamento pode chegar a mais de R$ 400 mil. "Ela está na ventilação mecânica. O custo é muito alto. Buscamos vaga no HGR e não conseguimos. Estou desesperado. Muitos amigos me ajudaram, mas o custo é extremamente alto e a minha família não tem condições de pagar. A estimativa do médico é entre 14 e 21 dias de internação ao custo de R$ 15 mil a R$ 20 mil diários", disse o marido Alexandre Maciel. "Não sei mais o que fazer."
A falta de leitos na rede pública de saúde motivou o governo de Roraima a buscar uma parceria com o governo do Amazonas para transferir pacientes com quadro de saúde grave para o Estado vizinho. A medida foi anunciada pelo governador Antonio Denarium (sem partido). A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima informou que está definindo ajustes finais para a formalização do termo de cooperação entre os Estados.
Balanço
Na rede pública estadual, são 30 pacientes internados na UTI do Hospital Geral de Roraima, resultando em 100% de ocupação. Outros 40 estão na unidade semi-intensiva e 155, em acompanhamento clínico. O Estado registrou 6.935 infectados e 216 mortes.
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