Trineto do imperador Dom Pedro II, o príncipe imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, disse nesta terça-feira (16/6) que não existem diferenças raciais no país. Segundo ele, “enquanto certos países têm um problema racial muito violento, aqui nós não temos.”
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“Todo brasileiro tem um pouco de sangue branco, um pouco de sangue negro e um pouco de sangue índio. Isso deu um blend (mistura) absolutamente extraordinário, porque nós temos o povo brasileiro que é um povo fabuloso. É um povo que tem um calor humano que nenhum outro povo tem isso”, garantiu.
Segundo Dom Bertrand de Orleans e Bragança, os brasileiros têm “a fé e o espírito empreendedor do português”, “a intuição do índio” e “a força, a bondade, o calor humano e a lealdade da raça negra.”
“O jeitinho brasileiro vem do índio. Nós temos outras qualidades do índios, como a nossa sacrossanta mania de tomar banho todo dia. E esse calor humano que nós temos vem de onde? Vem exatamente da raça negra. Nós formamos com isso um povo fabuloso. Nós fomos somando as qualidades dos vários povos e nós temos um povo que é pacífico e heroico ao mesmo tempo. Os brasileiros são muito intuitivos. Há uma capacidade empreendedora fabulosa”, destacou.
Culpa da China
Ao falar sobre a crise sanitária do coronavírus, o príncipe disse que “o grande culpado por essa pandemia é a China”. “Que o vírus foi criado ou não criado, eu tenho minhas opiniões a respeito, mas não quero levantar a questão. Mas o fato é o seguinte: nasceu lá e foi de lá que se expandiu. Desde dezembro do ano passado já sabiam que havia um vírus. Portanto, os grandes responsáveis são os chineses. Não o povo, mas o governo chinês. Os chineses não fizeram sua parte. Não vou dizer que o crime é culposo ou danoso, mas eu estou convencido de que é pelo menos culposo, porque eles não alertaram o mundo.”
Ao falar das estatísticas da pandemia no Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança usou os números do dia 6 de junho, quando a pandemia completou 102 dias em solo nacional. Por mais que àquela altura o país já fosse o segundo no ranking mundial de mortos e de infectados, o príncipe comparou os índices de sete nações europeias juntas para dizer que o Brasil estava lidando melhor com a covid-19 e que é “um país privilegiado.”
“Há dados muito interessantes da pandemia que não são publicados como deveriam. Num balanço de 102 dias da pandemia, os países europeus França, Itália, Espanha, Bélgica, Portugal, Suíça e Áustria, com população de 211.728.578 habitantes, tiveram 820.436 casos confirmados, 319.656 recuperados e 103 mil óbitos. O Brasil, com uma população ligeiramente maior de 212.463.372, teve 710.887 casos confirmados, 302.084 recuperados e 37.312 mortos. O Brasil é um país privilegiado. Nós sempre dissemos que Deus é brasileiro. Nós temos que confiar na bondade de Deus, nosso senhor”, analisou.