Jornal Estado de Minas

COMPORTAMENTO

Veja como saber se alguém que usa máscara está mentindo

 

 

Com a pandemia do novo coronavírus, o uso da máscara se tornou essencial. Entretanto, a proteção esconde algumas expressões faciais, especialmente os movimentos da boca. Outro empecilho para identificar a reação do outro está nas chamadas de vídeo: o home office e atividades on-line também limitam a leitura de feições durante a conversa. Apesar disso, ainda é possível identificar quando alguma pessoa está mentindo?
 


Para o pesquisador e especialista em psicologia da mentira, Georg Frey, a resposta é sim. “Mesmo com limitação da leitura dos microssinais faciais, por conta do uso de máscaras ou por se estar a distância, é possível perceber indícios de que a pessoa está tentando fazer com que algo não verdadeiro, uma mentira, seja assimilado como verdade. Para isso, é fundamental analisar um conjunto de gestos e comportamentos”, explica.



    
Frey explica que, com a maior convivência em casa, durante a quarentena as mentiras podem surgir com mais facilidade e também ser descobertas com mais frequência. Entretanto, o especialista diz que mentir é algo natural do ser humano. “Independe do nível social, econômico, identidade sexual, idade, geografia ou religião. Mentir sempre fez e fará parte da condição humana. A única diferença já constatada é a de que os homens mentem mais, e as mulheres mentem melhor”, afirma Frey.

 

O especialista diz ainda que o ato de mentir sempre esteve presnte na historia da humanidade. Há registros de mentiras nas mitologias nórdica (Loki), grega (Hemera e Hermes), egípcia (Seth) e indígena brasileira (Anhangá). “Não mentimos mais do que os nossos antepassados. Se hoje temos essa impressão, é por conta das redes sociais, que têm a capacidade de multiplicar uma mentira, transformando-as até em fake news”, explica.

 

Além disso, especialista explica que as pessoas mentem pelos mais variados motivos, porém, na maioria das vezes, esperando ter algum tipo de vantagem, seja financeira, profissional, social ou sexual. Dessa forma, Frey completa que “quem mente dessa forma sabe dos riscos que corre, mas sempre acha que, de alguma forma, pode valer a pena”.



 

Apesar da naturalidade da mentira, o especialista lembra que há graus de perigo e intensidade das meias verdades . “O psicopata é o detentor das mais elaboradas, convincentes e destrutivas mentiras. Estar na teia de um psicopata, geralmente, é sinônimo de ter a sua vida destruída”, lembra. Além disso, o especialista afirma que o mentiroso patológico, muitas vezes, precisa de intervenção e tratamento, como um dependente de drogas.

 

 

Como saber se é mentira?

 

 

Para quem pensa que a máscara esconde a verdade, o especialista ensina a identificar sinais de que alguém está mentindo, mesmo com nariz e boca cobertos. Confira:     



*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa