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Estado de Minas

Lotados, bares do RJ ignoram regras de reabertura; veja vídeo

No 1° dia de funcionamento, estabelecimentos do Leblon ultrapassaram expediente fixado pela prefeitura; pandemia já matou 6,6 mil na cidade


postado em 03/07/2020 07:38 / atualizado em 03/07/2020 11:36

(foto: Reprodução Twitter)
(foto: Reprodução Twitter)
Na primeira noite em que foram liberados para abrir as portas, bares e restaurantes do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, funcionaram como se não estivessem instalados na cidade que já registrou 6,6 mil óbitos pelo novo coronavírus e apresenta maior taxa de letalidade pela doença no país (8,75%). 



Vídeos feitos na madrugada desta sexta (3), que circulam pelas redes sociais, mostram grande número de clientes aglomerados dentro dos estabelecimentos e nas calçadas, a despeito da norma fixada pela prefeitura, de que as casas precisam reduzir 50% das mesas e só podem atender pessoas sentadas. As empresas também ultrapassaram o limite de horário estabelecido pelas autoridades - até 23h. 

"Hoje é dia 2 de julho, primeiro dia da liberação dos bares, a gente está aqui na Dias Ferreira (rua do bairro), e está tudo tranquilo, está realmente todo mundo de máscara, olha...", ironiza a vizinha de um restaurante em uma das gravações que rodam a internet. Refere-se à multidão de pessoas nos arredores de sua residência, todas sem máscaras de proteção facial.  

Indignação das redes

As imagens geraram revolta entre moradores da Zona Sul, celebridades e políticos, que se  manifestaram no Twitter. "Indo dormir com a sensação de ser um otário por estar há 4 meses sem pisar na calçada", afirmou o youtuber Felipe Neto. 

 O deputado Federal David Miranda (PSOL-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Tarcísio Motta (PSOL) responsabilizaram o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) pela situação. "A decisão de Crivella de escancarar as portas do comércio vai cobrar caro, mas os maiores prejudicados não serão os moradores da Delfim Moreira (ponto tradicional de bares do Leblon)", comentou Miranda. "Essa irresponsabilidade é sua", disse Motta sobre o prefeito.

Flexibilização

A reabertura dos bares e restaurantes da capital carioca foi permitida à partir desta quinta-feira (2), como preconiza a terceira fase de flexibilização do isolamento social coordenado pela prefeitura. O decreto que regula a retomada das atividades estabelece ao menos sete condições para os comerciantes, tais como:
  • distanciamento de dois metros entre as mesas, que devem ser montadas em espaços ventilados; 
  • respeito ao limite de 50% da capacidade clientes no espaço interno, que só podem ser atendidos nas mesas; 
  • vedado o sistema self-service e música ao vivo; 
  • horário máximo de funcionamento até 23h; 
  • uso obrigatório de máscaras para clientes e funcionários. A proteção só pode ser retirada na hora do consumo de alimentos. 
A multa para os empresários que não obedecerem as regras pode chegar a R$ 13 mil. Academias e atividades físicas individuais na areia das praias também foram autorizadas nesta etapa do processo. Na fase anterior, as autoridades do Rio permitiram o retorno das lojas e do campeonato de futebol estadual.

As decisões do prefeito Crivella são pautadas por indicadores como ocupação dos leitos dos hospitais e óbitos causados pelo novo coronavírus. Nessa quinta-feira (2), o informe epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde do RJ contabilizava 6.689 mortos e 58.615 casos confirmados na capital carioca. Em todo o estado, já são 10.332 vítimas e 116.823 infectados. Pouco mais de 70% das vagas em UTIs e 39% dos leitos clínicos dos hospitais públicos do município estão ocupados. 


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