Tentando desovar o cel na operação da PF contra o SERRA pic.twitter.com/5EY8rQzvVs
%u2014 Chico Neto (@Franciscoasnet) July 5, 2020
Imagens de câmeras de segurança de um prédio mostraram o exato momento em que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), Waldir Teis, se livrou de R$ 500 mil em cheques durante mandado de busca na Operação Ararath, deflagrada no mês passado. No vídeo divulgado pela Polícia Federal, o conselheiro desceu 16 andares da escada para não ser capturado enquanto carregava os talões no bolso. Seguido de perto por um agente da corporação, acabou sendo capturado.
O vídeo mostra que Teis chegou ao primeiro nível do prédio e jogou os cheques dentro de uma lixeira, quando foi surpreendido pelo policial. De acordo com o Ministério Público Federal, as folhas seria de empresas que fazem parte de um esquema de levagem de dinheiro da qual o conselheiro faria parte.
Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia.
Waldir Teis teve a prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 1º por tentar confundir o trabalho da Polícia Civil durante fase de mandados de busca e apreensão em seu escritório, em Cuiabá. Além dos cheques, ele foi acusado de tentar esconder documentos que seriam fundamentais para desvendar o esquema.
O conselheiro está afastado de suas funções do TCE desde setembro de 2017 ao ser citado na delação feita pelo ex-governador do estado, Silval Barbosa (MDB), por ser beneficiado num esquema de corrupção. Teis e outros colegas do TCE teriam exigido propinas para não prejudicar o andamento das obras da Arena Pantanal, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014, e a infraestrutura da capital matogrossense. Segundo Barbosa, os conselheiros teriam recebido R$ 53 milhões de propina.
Além de Waldir Teis, estão na mira da Operação Ararath os também conselheiros José Carlos Novelli e Sérgio Ricardo, além de oito empresas, cinco pessoas físicas, duas fazendas e o próprio TCE. A operação existe desde 2014.