A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou uma medida no Diário Oficial da União que determina que todos os planos de saúde cubram o teste sorológico para a COVID-19. O exame detecta a presença de anticorpos contra o novo coronavírus, ou seja, indica se a pessoa testada já teve contato com o vírus e acionou as defesas do organismo. Mas a norma é válida apenas para pacientes que apresentam sintomas da doença.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, o paciente deve estar dentro das exigências para fazer o teste. “Embora o rol de cobertura obrigatória seja exemplificativo e a obrigatoriedade, portanto, já existisse, agora a inclusão foi oficializada. Cabe ao paciente que apresentar sintomas gripais e síndrome respiratória aguda estar atento às orientações e fazer valer o seu direito, uma vez que, mesmo com determinações legais, não é raro que enfrente barreiras de acesso aos procedimentos”, ressalta.
Para estar apto a fazer o teste, o paciente deve apresentar os seguintes quadros clínicos:
- Síndrome gripal: quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade respiratória.
- Síndrome Respiratória Aguda Grave: desconforto respiratório/ dificuldade para respirar ou pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor do que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto.
Teste de Sorologia
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o exame de sorologia é feito com o uso de amostras de sangue, soro ou plasma. Ele identifica os anticorpos (IgM/IgG) caso a pessoa tenha tido contato recente com o vírus ou já tenha estado doente, com a COVID-19, e esteja se recupeerando ou recuperada. No entanto, essas defesas do organismo só são identificadas pelo menos oito dias depois da infecção.
Subnotificação
Em Minas Gerais, o número de infectados por coronavírus pode ser 16 vezes maior que o apontado nos registros oficiais, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Isso acontece justamente porque o estado testa pouco e muitos casos são assintomáticos, embora esses indivíduos também transmitam o vírus.
O Brasil ocupa a segunda posição em números de casos da COVID-19 no mundo, mas apenas a 27ª em testagem por milhão de habitantes - entre os 30 países mais afetados pela doença.
Baixa Adesão
Embora a notícia da cobertura pelos planos de saúde seja boa, o número de beneficiários dos planos de saúde registrou uma queda de 0,3% em todo país, o que representa cerca de 125 mil vínculos a menos. Os dados são da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), feita pelo Instituto de Saúde Suplementar (IESS).
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa
Leia mais sobre a COVID-19
Confira outras informações relevantes sobre a pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infográficos e vídeos falam sobre sintomas, prevenção, pesquisa e vacinação.
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferenças
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
- Os protocolos para a volta às aulas em BH
- Pandemia, epidemia e endemia. Entenda a diferença
- Quais os sintomas do coronavírus?
Confira respostas a 15 dúvidas mais comuns
Guia rápido explica com o que se sabe até agora sobre temas como risco de infecção após a vacinação, eficácia dos imunizantes, efeitos colaterais e o pós-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar máscara? Posso pegar COVID-19 mesmo após receber as duas doses da vacina? Posso beber após vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.