O jovem picado por uma naja kaouthia recebeu alta da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, na noite desse sábado (11/7) e está em um quarto na enfermaria. A previsão é de que Pedro Henrique Lehmkuhl, 22 anos, vá para casa ainda nesta segunda-feira (13/7). Ele chegou a ficar em coma após ser atingido pela serpente dentro do apartamento onde mora, no Guará 2.
O soro antiofídico necessário para o tratamento do veneno veio do Instituto Butantan, em São Paulo. Investigações apontam que ele criava e mantinha o animal na residência. Não se sabe, no entanto, a procedência da cobra. O Correio apurou que ele deve prestar esclarecimentos na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), unidade à frente do caso, essa semana, assim que estiver em condições. A apreensão da naja desencadeou um possível esquema de tráfico nacional e internacional de animais silvestres e exóticos.
Dois dias depois de ser picado, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) recebeu uma denúncia anônima de uma espécie de criadouro de cobras no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina. A chácara pertence a um dos amigos de Pedro. No local, foram apreendidas 16 serpentes. Uma das linhas de investigação com que a polícia trabalha é de que Pedro e outros colegas, todos estudantes de medicina veterinária, estejam envolvidos em pesquisas clandestinas.
Nesta sexta-feira (10/7), a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) encontrou, em uma chácara na Colônia Agrícola Samambaia, três tubarões, sete serpentes, uma moreia e um lagarto teiú. A polícia apura a ligação entre os animais e o estudante. Neste sábado (11/7), agentes capturaram, ainda, uma jiboia arco-íris, em um apartamento vazio no Guará 2. O dono, um servidor do Judiciário, é pai de um dos amigos de Pedro, o mesmo que ocultou as 16 serpentes e soltou a naja próximo ao Pier 21.