Em debate realizado neste domingo, no canal Globonews, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a tendência é que o Brasil tenha ainda alguns surtos de COVID-19 tão logo supere o pico de contaminações e até que uma vacina seja disponibilizada em massa para imunizar a população.
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O Brasil atingiu neste domingo 1.864.681 casos confirmados de COVID-19, com 72.100 óbitos, segundo o Ministério da Saúde. A taxa de incidência da doença é de 887 pessoas a cada 100 mil habitantes e a taxa de mortalidade é de 34 infectados a cada 100 mil habitantes. A taxa de letalidade do vírus no país é de 3,9%.
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Brasil atinge 72 mil mortes e se aproxima de 2 milhões de casos confirmados de COVID-19Primeiras imagens da COVID-19 são reveladas por acelerador de partículas nacionalMandetta e Teich dizem o que teriam feito de diferente para combater a COVID-19Teich critica flexibilização e defende uso de hospitais de campanha para isolamento de pacientes com COVID-19“Talvez o que a gente vá assistir agora seja isso, uma epidemia com um grande pico, uma grande montanha, e depois uma sequência de pequenos morrotes até que a gente tenha uma vacina e dê uma imunidade coletiva que a gente consiga superar. Mas isso ainda no campo da suposição, ainda no campo do ‘esperamos que seja assim’”, disse Mandetta, destacando que a COVID-19 ainda não é totalmente conhecida.
Uma constatação do ex-ministro, levando em conta os números analisados desde março, quando houve o primeiro caso de COVID-19 no Brasil, é que a contaminação reduz quando cerca de 20% de pessoas de determinada região já têm os anticorpos.
“Ela (doença) vem apresentando uma característica que quando chega em 16%, 18%, 20% de anticorpos (percentual de pessoas já contaminadas, em dada região), ela naturalmente cai, como se você tivesse alguma coisa de imunidade cruzada para as outras pessoas, alguns mistérios que a gente não sabe. No início o que se pensava em 100% da população teria que ter, o efeito rebanho se atingiria, quando chegássemos a 80%, 90% (com anticorpos), mas parece que quando chega por volta de 20% há uma diminuição. Depois, quando você faz essa saída (do pico), você faz surtos, mas surtos menores do que o primeiro, o surto principal”, acrescentou.
Quando a pandemia acaba e quando voltaremos ao normal?
Luiz Henrique Mandetta projetou para setembro o fim da fase crítica de contaminação da doença, o que definiu como grande onda. Ainda assim, até o surgimento de uma vacina eficaz, as pessoas terão que se acostumar com o 'novo normal': uso de máscaras, higienização frequente das mãos e distanciamento.
"Acho que a gente vai até setembro, passando por essa onda maior. A partir de setembro, esse novo normal, com esses distanciamentos relativos, mas com as cidades funcionando, vai ser a tônica. Essa vacina deve chegar, com alguma dificuldade, no final do ano. Se a gente conseguir emplacar uma boa vacina, vem um semestre inteiro dedicado à produção", disse.
O ex-ministro espera que, em setembro, o país já terá passado pelo pior. "Acho que vamos ver essa primeira fase assim, essa epidemia maior, depois pequenos brotos (surtos) em vários locais, mas com essa vida nesse novo normal. Por exemplo, como vamos ter um show com 40 mil pessoas? Provavelmente isso vai demorar muito para acontecer. Como vamos ter um cruzeiro na costa brasileira, com um navio com turistas de terceira idade para passear? Provavelmente isso terá uma complexidade maior. Mas esse novo normal vai acontecendo de uma maneira mais comum nesse segundo semestre até a chegada da vacina, assim espero, para o primeiro semestre do ano que vem", finalizou.
Quando a pandemia acaba e quando voltaremos ao normal?
Luiz Henrique Mandetta projetou para setembro o fim da fase crítica de contaminação da doença, o que definiu como grande onda. Ainda assim, até o surgimento de uma vacina eficaz, as pessoas terão que se acostumar com o 'novo normal': uso de máscaras, higienização frequente das mãos e distanciamento.
"Acho que a gente vai até setembro, passando por essa onda maior. A partir de setembro, esse novo normal, com esses distanciamentos relativos, mas com as cidades funcionando, vai ser a tônica. Essa vacina deve chegar, com alguma dificuldade, no final do ano. Se a gente conseguir emplacar uma boa vacina, vem um semestre inteiro dedicado à produção", disse.
O ex-ministro espera que, em setembro, o país já terá passado pelo pior. "Acho que vamos ver essa primeira fase assim, essa epidemia maior, depois pequenos brotos (surtos) em vários locais, mas com essa vida nesse novo normal. Por exemplo, como vamos ter um show com 40 mil pessoas? Provavelmente isso vai demorar muito para acontecer. Como vamos ter um cruzeiro na costa brasileira, com um navio com turistas de terceira idade para passear? Provavelmente isso terá uma complexidade maior. Mas esse novo normal vai acontecendo de uma maneira mais comum nesse segundo semestre até a chegada da vacina, assim espero, para o primeiro semestre do ano que vem", finalizou.