Em debate realizado neste domingo, no canal GloboNews, os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, falaram o que teriam feito de diferente em suas respectivas gestões no combate à COVID-19.
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Teich critica flexibilização e defende uso de hospitais de campanha para isolamento de pacientes com COVID-19Mandetta projeta vários surtos de COVID-19 até descoberta da vacinaBrasil atinge 72 mil mortes e se aproxima de 2 milhões de casos confirmados de COVID-19Em live com Huck, Mandetta diz que Brasil levará um ano para imunizaçãoJovem picado por cobra naja deve prestar depoimento nesta semanaBrasil registra média diária de 1.036 mortes por COVID-19Ao ser indagado sobre o que teria feito diferente à frente do Ministério da Saúde em relação à COVID-19, Mandetta não citou nenhuma rusga com Bolsonaro. “Eu gostaria muito de ter tido mais testagem, acho que poderíamos ter feito, se soubéssemos que esse vírus era um vírus tão competente para a transmissão. Digo a testagem automatizada, não a testagem de Lacen (Laboratórios Centrais de Saúde Pública), eu acho. Acho que o Brasil teria ido naquele sentido. Se nós pudéssemos ter tido mais equipamentos de proteção individual à disposição, ter ido mais para a atenção básica, para a frente, acho que são as duas coisas”.
Quando Mandetta deixou o Ministério, em 16 de abril, o Brasil tinha 30.891 casos confirmados do novo coronavírus, com 1.952 mortes.
Quando Mandetta deixou o Ministério, em 16 de abril, o Brasil tinha 30.891 casos confirmados do novo coronavírus, com 1.952 mortes.
Já Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, disse que teria se comunicado mais com a sociedade no curto período em que comandou o Ministério. Ele ficou à frente da pasta entre 17 de abril e 15 de maio, e preferiu deixar o cargo por divergências com Jair Bolsonaro em relação ao uso da cloroquina.
“O que eu faria diferente? Eu teria mais comunicação. Acho que eu comuniquei pouco. Tinha que ter falado mais, principalmente com a sociedade”, disse Teich.
O ex-ministro argumentou que evitou as entrevistas diárias, como era praxe na gestão de Luiz Henrique Mandetta, para evitar mais choques de discurso com o presidente.
“Naquele momento eu tinha uma preocupação, primeiro de entender o Ministério, conhecer o Ministério, pois você só conhece quando está dentro do Ministério. E eu precisava de um pequeno espaço para poder diminuir o clima tão polarizado que estava no momento que eu entrei. (...) Talvez comunicar melhor fosse uma coisa importante, porque, naquele momento, eu achava que, quando eu falava, eu gerava mais problema do que solução. A sensação que eu tinha era que as pessoas estavam mais preocupadas em usar o que eu falava para defender essa posição do que ouvir o que eu falava, realmente. Então, eu precisava de um tempinho até para que as pessoas começassem a me ouvir para poder eu ter condição de interferir no que acontecia”, concluiu Nelson Teich.
Teich deixou o Ministério da Saúde em 15 de maio, quando o Brasil registrava 14.962 mortes provocadas pela Covid-19 e 220.291 casos confirmados da doença.
“Naquele momento eu tinha uma preocupação, primeiro de entender o Ministério, conhecer o Ministério, pois você só conhece quando está dentro do Ministério. E eu precisava de um pequeno espaço para poder diminuir o clima tão polarizado que estava no momento que eu entrei. (...) Talvez comunicar melhor fosse uma coisa importante, porque, naquele momento, eu achava que, quando eu falava, eu gerava mais problema do que solução. A sensação que eu tinha era que as pessoas estavam mais preocupadas em usar o que eu falava para defender essa posição do que ouvir o que eu falava, realmente. Então, eu precisava de um tempinho até para que as pessoas começassem a me ouvir para poder eu ter condição de interferir no que acontecia”, concluiu Nelson Teich.
Teich deixou o Ministério da Saúde em 15 de maio, quando o Brasil registrava 14.962 mortes provocadas pela Covid-19 e 220.291 casos confirmados da doença.