O jovem picado pela naja kaouthia recebeu alta do hospital Maria Auxiliadora no Gama por volta das 13h. Pedro Henrique Lehmkuhl, 22 anos, chegou a ficar em coma e esteve internado desde 7 de julho, quando foi atingido pela cobra no apartamento onde mora, no Guará 2. Ele recebeu o soro antiofídico, cedido pelo Instituto Butantan, em São Paulo e respondeu bem aos tratamentos.
Pedro deve ser ouvido ainda nesta semana pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Na última sexta-feira (10/7), três amigos do estudante estiveram na delegacia, incluindo o jovem que deixou a naja perto ao shopping Pier 21. Nenhum deles foi responsabilizado. A suspeita da PCDF é que o grupo esteja envolvido em um esquema nacional de tráfico de animais silvestres.
O caso da naja levou a Polícia Militar Ambiental (BPMA) a encontrar outras 16 serpentes em uma espécie de criadouro no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina. A chácara pertence a um dos amigos de Pedro. As investigações apontam que os jovens utilizavam os animais em pesquisas clandestinas.
Na sexta-feira (10/7), as investigações levaram a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) a encontrar três tubarões, sete serpentes, uma moreia e um lagarto teiú, em uma chácara na Colônia Agrícola Samambaia. A polícia apura a ligação entre os animais e o estudante. No sábado (11/7), agentes capturaram, ainda, uma jiboia arco-íris, em um apartamento vazio no Guará 2. O dono, um servidor do Judiciário, é pai de um dos amigos de Pedro, o mesmo que ocultou as 16 serpentes e soltou a naja próximo ao Pier 21.
As serpentes apreendidas estão no zoológico de Brasília e seguem em observação. As autoridades ambientais ainda discutem qual será o destino final dos animais, sendo o Instituto Butantan o mais provável.