A Universidade de São Paulo (USP) anunciou que o aluno de Relações Internacionais Braz Cardoso Neto foi expulso nesta segunda-feira, 13, após denúncias de fraude em cotas raciais e sociais. É o primeiro na história da universidade. Neto também não pode se matricular na instituição nos próximos cinco anos, de acordo com o Regimento Geral da Universidade. Ele ainda pode recorrer da decisão. O caso pode parar na Justiça.
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Ouvidor pede que Corregedoria da PM investigue ação em Parelheiros: 'Repugnante'''Injustificáveis e desumanos'', diz CNBB sobre vetos de Bolsonaro a apoio aos indígenasMinistério da Saúde orienta a compra de remédio com sobrepreçoPara ingressar na USP por meio de cotas, Cardoso se autodeclarou como pertencente do grupo de Preto, Pardos e Indígenas (PPI) e também disse ter uma renda mensal que não conseguiu comprovar autenticidade. A denúncia foi feita por um coletivo negro formado por alunos de Relações Internacionais.
As denúncias de fraudes na autodeclaração de pertencimento ao grupo PPI do vestibular são analisadas pela Comissão de Acompanhamento da Política de Inclusão da USP, que é uma instância ligada à Pró-Reitoria de Graduação da Universidade. Essa instância analisa a denúncia e determina a instauração de sindicância ou processo especificamente para esse fim, explicou a universidade por meio de nota. Os relatórios resultantes dessas comissões são classificados como documentos sigilosos.
"A USP adota a reserva de vagas para alunos de escolas públicas e autodeclarados PPI desde o vestibular de 2018. No ano seguinte, em 2019, a universidade teve mais de 40% de alunos matriculados oriundos de escolas públicas e, dentre eles, 40,1% na modalidade PPI, o maior índice alcançado pela USP nos últimos anos. Em 2020, essa porcentagem foi equivalente a 47,8% do total de ingressantes, dos quais 45,6% PPI. Para 2021, 50% das vagas de cada curso de graduação e turno estão reservadas para candidatos egressos de escolas públicas (EP) e PPI", diz nota da USP.