Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou que os militares que agora comandam a pasta, liderados pelo general Eduardo Pazuello, são especialistas em "balística" em vez de "logística". "Eu só vejo é acúmulo de óbitos nessa política que está sendo feita", disse Mandetta.
O ex-ministro criticou a interferência do presidente Jair Bolsonaro em ações da Saúde. "Nós víamos sistematicamente a anticiência se propagar", disse. Ele afirmou ainda que a Saúde perdeu a credibilidade após o governo federal tentar alterar a forma de divulgação de dados sobre a doença. "Você ter segredos é o caminho mais rápido para a tragédia. Primeira coisas que (os militares) fizeram foi não mais mostrar os dados às cinco da tarde. O Ministério da Saúde perdeu a credibilidade", disse.
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Por divergências com o presidente, Mandetta foi demitido em 16 de abril. O oncologista Nelson Teich, seu sucessor, pediu para deixar o governo em 15 de maio. Desde então a Saúde está sob comando interino de Pazuello.
"O Presidente da República nunca deixou de saber quais eram os cenários reais (da pandemia). Não foi por desconhecimento. Foi por opção de não seguir orientações do Ministério da Saúde e seguir uma assessoria que ele achava mais pertinente, mais conveniente", afirmou Mandetta.