O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, assim como a mãe e o padrasto, terão de pagar R$ 78 mil em multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16/7).
Pedro foi picado por uma naja kaouthia que mantinha em casa, em 7 de julho, e ficou internado por seis dias. O estudante é suspeito de integrar um esquema de tráfico de animais.
Segundo o Ibama, o jovem receberá a multa de maior valor, R$ 61 mil, por ter mantido serpentes nativas e exóticas em cativeiro sem autorização, além de maus-tratos. Já a mãe e o padrasto receberão uma sanção de R$ 8,5 mil cada por terem atrapalhado a ação da Polícia Militar no resgate à cobra. Após o caso da naja, o Ibama aplicou mais de R$ 300 mil em multas ambientais em apenas sete dias.
O padrasto do jovem, tenente-coronel da PM Eduardo Conde, prestou depoimento na manhã desta quinta na 14ª Delegacia de Polícia (Gama). Já a mãe do estudante, identificada como Rose Meire dos Santos, foi à delegacia nesta tarde e foi ouvida pela polícia por mais de quatro horas. Os dois vão esclarecer pontos necessários para a investigação.
Ainda nesta quinta, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa da família, em um condomínio no Guará 2.
Entenda o caso
Pedro Henrique Krambeck foi picado por uma naja kaouthia, espécie exótica que não existe no Brasil, no dia 7 de julho, e seguiu internado no Hospital Maria Auxiliadora por seis dias.
O Instituto Butantan precisou enviar o estoque de soro antiofídico destinado aos pesquisadores em caráter emergencial para que o veneno da cobra pudesse ser anulado o mais rápido possível no corpo do jovem. A naja kaothia é uma das espécies mais venenosas do mundo, com a peçonha capaz de afetar o sistema nervoso da vítima e matá-la em poucas horas.
Após o incidente, a cobra foi encontrada em uma caixa transparente próximo ao Shopping Píer 21, no Setor de Clubes Sul. Um colega do estudante a teria escondido com receio de maiores sanções.
No dia seguinte, os investigadores apreenderam outras 16 cobras que seriam do Pedro, numa fazenda do colega dele, em Planaltina. A polícia suspeita, ainda, que o mesmo amigo tenha sido o responsável por abandonar a serpente naja no local em que foi encontrada.