Conhecido pelas aparições ao lado dos presos mais notáveis da Operação Lava Jato, Newton Ishii, o ''Japonês da Federal'', foi condenado por facilitar o contrabando na fronteira Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu, de acordo com informações reveladas pelo UOL. O ex-agente da Polícia Federal (PF) perderá o cargo e terá de pagar multa R$ 200 mil.
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Veja vídeo de desembargador sem máscara humilhando guarda municipal STF destina R$ 153 milhões da Lava Jato para combater a pandemiaCoronavírus: Moraes destina mais de R$ 150 mi do fundo da Lava Jato a MA, TO e MT"Me chateou ser chamado de analfabeto", diz guarda humilhado por desembargadorSegundo a decisão do juiz Sérgio Luis Ruivo Marques, da 1ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu (PR), a conduta de Ishii foi de ''extrema gravidade, com afronta direta a dignidade da função pública por ele exercida''.
A ação aponta que ele se ''escondeu por trás do aparato institucional voltado ao combate do crime na fronteira, para facilitar o contrabando/descaminho, o que impede que o agente, após tal fato, prossiga atuando como agente policial''.
Ishii se aposentou em fevereiro de 2018. Embora a sentença determine a perda do cargo, não é a Justiça que vai decidir a cassação da aposentadoria, que pode vir a ser atingida neste caso.
De acordo com a reportagem, a multa de R$ 200 mil foi calculada a partir do valor de 40 vezes a média de sua renda autodeclarada. O valor da condenação será atualizado monetariamente pelo INPC e sofrerá a incidência de juros moratórios, no patamar de 1% ao mês.
O ex-agente também tinha pendências judiciais. Em 2009, foi condenado por corrupção e descaminho por supostamente facilitar a entrada de produtos contrabandeados do Paraguai. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) chegou a referendar a decisão de primeira instância, rejeitando o recurso de Ishii.
O empresário Marcelo Odebrecht, o ex-deputado Pedro Corrêa, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entre outros alvos da Lava Jato que foram presos na investigação que apura desvios na Petrobrás, estão entre aqueles que foram escoltados pelo ''Japonês da Federal'' ao cárcere da PF em Curitiba — origem e base da investigação.