Com quatro meses de pandemia do coronavírus em São Paulo e indicativos de arrefecimento na crise, o Estado tornou a bater um recorde de novos casos confirmados da doença nesta quarta-feira (22), com mais 16.777 infecções. Há 439.446 pessoas com a covid-19 no Estado, que nesta quarta-feira, 22, computou mais 361 mortes, chegando a um total 20.532 óbitos.
O dado desta quarta não é o número com mais casos registrados de covid-19 no Estado, e sim o segundo maior. O recorde é do dia 19 de junho, quando houve 19 mil casos. Entretanto, naquela ocasião, o Estado havia tido falha de sistema e ficou três dias sem computar novos casos, e todos foram lançados na mesma data como sendo as confirmações das últimas 24 horas. Se não for considerado esse dia atípico, o dado desta quarta é o pior desde o início da pandemia.
O novo secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, atribuiu o recorde a um aumento de testes para a detecção da doença, mas não deu dados sobre esse aumento. Nos portais do governo do Estado que dão informações sobre a pandemia, o dado mais recente é o da primeira semana de julho, em que foram feitos uma média de 18 mil testes. No mês anterior, junho, haviam sido feitos 663 mil exames.
"Nós aumentamos sobremaneira o número de testes", disse Gorinchteyn. "A identificação de maior número de casos não significa obrigatoriamente uma piora estatística, mas uma maior testagem. É óbvio: se eu não testo, eu digo 'olha, melhorou, estamos melhores' e não é isso que se quer. Nós queremos testar, queremos identificar", afirmou.
O secretário executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, também atribuiu o resultado a dados ligados a testes. Ele afirmou que, entre domingo e esta quarta, o total de casos confirmados foi de 27 mil, dado menor do que da semana passada. "Nos mesmos quatro dias da semana anterior, temos 35 mil casos confirmados".
"Não nos preocupa esse número de ontem. Provavelmente deve ter saído um quantitativo de resultados dos laboratórios de dias que estavam com demanda reprimida e ontem saíram esse resultado. Então, na semana, os dados são melhores do que na semana passada", disse Gabbardo.
Segundo dados do governo do Estado, até a terça-feira (21), o total de internações de pacientes internados nos sete dias anteriores por suspeita de covid-19 havia sido de 13.140 casos. Há duas semanas, no dia 7 de julho, o total dos sete dias anteriores havia sido de 12.627. Desta forma, as internações tiveram um aumento de 4%. O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, epidemiologista Paulo Menezes, afirmou que, além do coronavírus, chegamos na época do ano de clima seco, em que as doenças respiratórias em geral geram maior demanda por internações.
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