(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EM BRASÍLIA

Brasilienses estão morrendo em casa de COVID-19, com medo de ir ao hospital

Especialistas reafirmam a necessidade de se buscar atendimento rápido em caso de suspeita da doença


23/07/2020 11:27

'É uma enfermidade na qual os sintomas acometem o corpo muito rapidamente', Jairo Murada, 44 anos(foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
'É uma enfermidade na qual os sintomas acometem o corpo muito rapidamente', Jairo Murada, 44 anos (foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Dor de cabeça, tosse e espirros. Todos são sintomas comuns tanto para a gripe quanto para a COVID-19. Muitas vezes, as semelhanças fazem com que pacientes demorem, ou sequer procurem cuidados médicos, preferindo ficar em casa a se expor em ambiente hospitalar.

Tal atitude pode determinar vida ou morte no caso do novo coronavírus. Até o momento, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por meio do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), identificou 39 óbitos em residências causadas pela doença.

No primeiro semestre de 2020, o SVO registrou, no total, a remoção de 720 corpos. No mesmo período de 2020, esse número subiu para 987. No caso de dúvida, os médicos são claros: o indicado é procurar acompanhamento hospitalar o quanto antes.

A infectologista do Hospital Águas Claras, Ana Helena Germoglio, lembra, ainda, que a automedicação é contraindicada. "Pacientes com a COVID-19 devem ficar atentos a sinais de piora clínica, que são, principalmente, febre persistente e falta de ar", detalha. "De forma alguma, o paciente deve retardar o atendimento, em caso de piora clínica, tentando obter êxito com terapias domiciliares. Compensa pecar pelo excesso", ressalta.

O empresário Dartanhan Feitosa, 40 anos, demorou 10 dias, depois de o primeiro sintoma da COVID-19, para procurar um hospital. "A gente fica naquela de que não vai acontecer com a gente e, quando vê, estamos infectados", afirma. No início, ele teve febre, coriza e tosse. "Pelos sintomas de gripe, imaginei que não fosse nada sério", disse.

O alerta para o coronavírus aconteceu no momento em que surgiram dores mais fortes, e ele perdeu paladar e olfato. "Foi quando decidi ir ao médico." Depois da confirmação, retornou para casa e cumpriu os 14 dias em quarentena. "Se tivesse feito o teste antes, com certeza, teria me cuidado mais, para me recuperar logo. Às vezes, a gente quer fugir da notícia ruim, mas isso apenas atrapalha o tratamento da doença", avalia.

No caso do consultor de vendas Jairo Murada, 44, a demora no tratamento ajudou a agravar os sintomas. Quando ele começou a apresentar os primeiros sintomas da COVID-19, foi a três hospitais particulares antes de ser internado. "Apenas na última unidade de saúde recebi o atendimento adequado. Tiraram uma chapa dos pulmões e descobriram que estavam 25% comprometidos", detalha.

A partir daí, foram quatro dias dependendo de ventilação mecânica. Hoje, ele avalia a importância da velocidade no atendimento. "É uma enfermidade na qual os sintomas acometem o corpo muito rapidamente. Em um dia, você começa a apresentar alguns sinais mais leves e, no dia seguinte, tem uma piora drástica", opina Jairo.

"Nos dois primeiros dias, era uma forte dor de cabeça. Poucos dias depois, começaram os sintomas mais fortes, como fadiga intensa, dores por todo o corpo, olhos lacrimejando e ardendo e muita moleza", relembra. A partir do quinto dia, as medicações para a febre não surtiam mais efeito.

Mesmo depois de cumprir a quarentena, o consultor continua o tratamento para a COVID-19. "É uma doença que deixa sequelas. Parece que o corpo não responde da mesma forma que antes", descreve. Para ajudar na recuperação dos pulmões, ainda afetados, Jairo mantém o acompanhamento em visitas rotineiras no hospital. “Enquanto estava internado, quando infectado, fazia regularmente fisioterapia pulmonar para ampliar a capacidade respiratória. E, mesmo vencendo a batalha, continuo o tratamento para não haver sequelas piores”, diz.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)