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Estado de Minas CIGANA MILENA

Procurada pela polícia, Cigana Milena continua atendendo clientes

Cigana criou segundo perfil no Instagram para oferecer os serviços de 'trabalho espiritual'; ela é acusada de dar golpes de 'benzimento de dinheiro'


29/07/2020 08:02

Cigana Milena criou um segundo perfil no Instagram(foto: Reprodução/Redes Sociais)
Cigana Milena criou um segundo perfil no Instagram (foto: Reprodução/Redes Sociais)
A Polícia Civil do Estado de São Paulo prossegue as buscas pela Cigana Milena (leia sacerdote), suspeita de estelionato. A falsa líder espiritual é acusada de aplicar golpes de “benzimento de dinheiro” em pelo menos cinco mulheres.

Os valores dos golpes ultrapassam R$ 200 mil. Todas as vítimas registraram os casos no 7º Distrito Policial (Lapa — SP). Elas são do Distrito Federal, São Paulo, Maranhão, Tocantins e Rio Grande do Sul.

Cigana Milena deixou de utilizar o perfil principal dela no Instagram, que conta com 352 mil seguidores. A acusada passou a usar uma segunda página, agora com 72 seguidores, para continuar oferecendo os supostos trabalhos espirituais. Entre os “serviços” oferecidos pela suspeita está leitura de tarô, baralho cigano e runas, além dos “trabalhos espirituais”. 

A última postagem realizada pela Cigana Milena no perfil foi há dois dias, marcada em Guarujá, município litorâneo de São Paulo. A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública do estado, que se limitou a responder por meio de nota oficial, sem pronunciamento do delegado responsável pelo caso: “O 7º DP (Lapa) investiga três casos por meio de inquérito policial. A equipe segue em diligências para localizar a suspeita e colher seu depoimento.”
 
Cigana Milena prossegue divulgando os 'trabalhos' pelo Instagram(foto: Reprodução/Redes Sociais)
Cigana Milena prossegue divulgando os 'trabalhos' pelo Instagram (foto: Reprodução/Redes Sociais)


Em uma outra publicação da suspeita, ela reafirma o laço com a espiritualidade. “Cigana Milena começou a desenvolver a mediunidade muito cedo. Desde os 5 anos de idade ela via, sentia e previa coisas! Sua família não acreditava, até que a situação que ela dizia que iria acontecer realmente aconteceu! Foi aí que sua família permitiu que ela exercesse sua mediunidade!”, alega.

“Há mais de 15 anos Cigana Milena ajuda milhares com seus trabalhos espirituais a encontrar o verdadeiro amor, trazer o amor de volta, problema de saúde, financeiro, abertura de caminhos, limpezas espirituais, amarração amorosa poderosa e faz e desfaz todo tipo de trabalho! Seja qual for o seu problema, Cigana Milena pode te ajudar! Lembre-se que sua situação atual não é seu destino final. O melhor ainda está por vir!”, finaliza o texto da postagem. 

Apesar de a investigada escolher um perfil com menos seguidores para oferecer os serviços, continua sendo acusada de estelionato. “Como o povo ainda cai nesses golpes? O único espírito que ela tem é o da safadeza”, respondeu uma mulher. “Diz o nome de uma pessoa que te procurou e ficou satisfeita. Porque nos jornais a história é que você está fazendo um arrastão no bolso dos desesperados”, rebateu outra.

O Correio Braziliense tentou, novamente, entrar em contato com Cigana Milena pela rede social. Contudo, até a mais recente atualização desta matéria, não obteve retorno.

Sacerdote

A indicação de “cigana” no nome faz referência à entidade que se manifesta na umbanda, mas também em algumas casas de candomblé — locais que tratam com seriedade a religiosidade —, e não ao povo cigano.

O Correio entrevistou Rafael Moreira, presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno. Ele destacou que, apesar de a acusada se auto denominar praticante da religiosidade afrobrasileira, “para ser sacerdotisa, não basta se auto-intitular. É preciso anos para se tornar um sacerdote, os pais e mães de santo. Pedimos, a quem procurar um atendimento espiritual, que busque a Federação, que indicaremos casas que têm o verdadeiro compromisso com o espiritual. É muito prático alugar uma sala no Setor Comercial Sul, por exemplo, fechar e mudar, após realizar os golpes. O terreiro, não”, explica.


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