A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã desta quarta, 29, o estudante de veterinária de 22 anos que foi picado no dia 7 de julho por uma naja kaouthia, Pedro Henrique Kambreck Lehmkul. O mandado de prisão temporária do estudante, com duração inicial de cinco dias, foi expedido pelo juízo 1ª Vara Criminal do Gama, considerando indícios de que Lehmkul 'estaria envolvido em uma associação criminosa responsável, entre outras condutas, pela destruição de provas relacionadas a crimes ambientais'.
Segundo a PCDF, Lehmkul foi preso em sua casa, na região administrativa do Guará, a 30 quilômetros do centro de Brasília. Um perito médico-legista da corporação acompanhou a diligência para verificar as condições de saúde estudante, que chegou a ser colocado em coma induzido em razão da picada da Naja.
O tratamento exigiu que o Instituto Butantan remetesse de São Paulo para Brasília o soro antiofídico que tinha armazenado para o caso de um de seus pesquisadores que estudam a espécie naja fosse picado.
A prisão de Lehmkul faz parte da quarta etapa da Operação Snake, investigação aberta pela PCDF após o estudante ser picado pela Naja. Após o incidente, agentes do Batalhão da Polícia Militar Ambiental encontraram a cobra dentro de uma caixa abandonada na região central de Brasília, próxima a um shopping da capital. O animal foi então entregue ao Ibama, que o repassou para o Zoológico de Brasília.
Após a naja ser encontrada, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental apreendeu mais 16 serpentes escondidas em caixas em uma área rural de Planaltina, que fica a cerca de 40 quilômetros de Brasília. Das serpentes resgatados neste local, dez eram exóticas, de origem norte-americana, e seis nativas da Amazônia e do Cerrado.
O Ibama chegou a informar que multaria o dono do Aras em R$ 68 mil e Lehmkul em R$ 61 mil por maus-tratos e por manter serpentes nativas e exóticos em cativeiro sem autorização.
A Operação Snake também chegou a prender temporariamente Gabriel Ribeiro, também estudante de medicina e amigo de Lehmkul , sob suspeita de ter ocultado serpentes que pertenciam ao jovem picado pela naja.
Na última semana, o juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, determinou o afastamento da servidora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Adriana da Silva Mascarenhas por ter concedido uma licença ao estudante de veterinária investigado pela criação ilegal de cobras nativas e exóticas.
Em outro desdobramento da investigação, a Polícia Civil do DF e o Ibama também interceptaram outra criação ilegal de répteis em uma residência na região administrativa de Vicente Pires, onde estavam seis serpentes: duas jiboias arco-íris da Caatinga, duas da espécie píton (Ásia) e duas jiboias de Madagascar (África). Os animais foram encaminhados aos cuidados do Zoológico de Brasília. No mesmo local, uma jiboia nativa do cerrado e um lagarto do tipo teiu foram encontrados, mas o dono apresentou a documentação dos animais, segundo o Ibama.
A autarquia informou que o ambiente onde os bichos foram encontrados foi considerado inadequado. Por isso, o responsável foi multado por maus-tratos, no valor total de R$ 12 mil. Pelas serpentes mantidas de forma ilegal, o homem foi multado em mais R$ 27 mil. A casa ainda abrigava três tubarões do tipo bambu, espécie oriunda de países da Oceania, além de um peixe moreia. (COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL)
GERAL