Jornal Estado de Minas

Polícia recupera mais de 150 cobras que estavam dentro de caixão em uma casa

A Polícia Militar Ambiental do Paraná, com apoio de técnicos do Instituto Água e Terra de Maringá e da Secretaria Estadual da Saúde, recolheu 153 serpentes que eram mantidas em uma casa na cidade de Mandaguari (PR). As cobras eram mantidas dentro de um caixão.




 
Segundo a Polícia Militar, a ação ocorreu após o homem aparecer em reportagens mostrando as cobras e que ele as recolhia a pedido dos moradores, já que na região a presença desses animais em residências é bastante comum.
 
“O órgão ambiental reconhece o auxílio prestado pelo cidadão, mas reforça que a atividade de resgate não pode ser realizada sem a devida autorização, tampouco a manutenção de animais silvestres em cativeiro”, alerta a bióloga e chefe do setor de Fauna do Instituto Água e Terra, Paula Vidolin.
 
Ainda segundo a PM, a entrega foi voluntária e, por isso, o homem não sofrerá qualquer punição. “Visando a segurança do cidadão, de sua família e das cobras, os técnicos fizeram as devidas orientações para que não haja mais ações deste tipo”, disse o chefe regional do Instituto Água e Terra de Maringá, Antonio Carlos Moreto.




 
O morador mantinha 152 cobras cascavéis (52 adultos e 100 filhotes) e uma jararaca na residência. Os orgãos constaram que não houve maus tratos à elas. “A ação contou com a presença de um médico veterinário que constatou que a saúde dos animais está em ótimas condições”, explica o capitão da 3ª Companhia da Polícia Ambiental da região, Luciano José Buski.
 
As serpentes recolhidas serão encaminhadas ao Biotério do Laboratório de Taxonomia Animal da Secretaria Estadual de Saúde para avaliação, identificação e destinação adequada, por meio do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos que monitora a presença dos peçonhentos.

Perigo

Vidolin alerta sobre o perigo de manter cobras em cativeiro, com grandes chances de causar acidentes gravíssimos, que podem inclusive levar a óbito. “Cabe relembrar que nas últimas semanas, em Brasília, um estudante de veterinária de 22 anos entrou em coma após ser picado por uma espécie de serpente peçonhenta, uma naja, extremamente venenosa que mantinha em cativeiro irregular”, lembra a biológa.

O caso citado pela bióloga é referente ao estudante Pedro Henrique dos Santos Krambeck Lehmkuhl, de 22 anos, picado por uma naja kaouthia, em 7 de julho. Ele chegou a ficar em coma, mas se recuperou. Agora ele é investigado por tráfico de animais e foi preso, nessa quinta-feira (29/7), no apartamento onde reside com a família, no Guará 2.