O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMV-DF) afastou, temporariamente, a professora da Câmara Técnica de Pequenos Animais, da faculdade Uniceplac, no Gama. A decisão veio após conversas por WhatsApp sugerirem que a docente sabia que os jovens suspeitos de participação em esquema internacional de tráfico de animais exóticos e silvestres, estudantes da instituição, mantinham cobras em cativeiro, inclusive as peçonhentas.
O Correio teve acesso às mensagens trocadas por ela e uma pessoa ligada a Pedro Henrique dos Santos Krambeck Lehmukl, de 22 anos, e Gabriel Ribeiro de Moura, de 24, e publicou as conversas. As mensagens estão em um dos aparelhos apreendidos pela Polícia Civil nas investigações.
Ao interlocutor, ela escreve: "Pega as outras cobras venenosas e soltem no mato as que forem nativas daqui". E continua: "Só gelei pensando naquela jararaca. Você está junto?". O interlocutor responde: "Não eu não tenho nenhuma serpente mais". A jararaca é uma espécie de cobra venenosa, nativa do Brasil.
De acordo com o CRMV-DF, o afastamento é temporário, uma vez que vão aguardar a conclusão do inquérito policial. “Temos que aguardar a apuração policial esclarecendo o que cada um fez. Se ficar comprovado algo em relação à professora, veremos a necessidade de abrir um processo ético”, ressaltou, em nota.
A professora foi ouvida pela polícia na semana passada. Ela integra a Câmara Técnica desde novembro de 2019, segundo a Portaria CRMV-DF N°. 44 e estava no cargo até o presente momento. A reportagem tenta localizar a defesa dela. O espaço permanece em aberto para manifestações.