“Nós, cinco, conversamos, todos bem, felizes e contentes, dizendo que dia 30 de julho era a data do nosso segundo nascimento”. Esse é o relato do tenente-coronel Moisés Alves Barcelos, piloto do helicóptero do Corpo de Bombeiros que caiu em Vicente Pires, no Distrito Federal, na manhã de quinta-feira (30-08).
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Países com vacina obrigatória para tuberculose têm menos mortes por covid-19Banho de mar volta a ser permitido no Rio de JaneiroFeminicídio: enfermeira foi morta pelo namorado com pelo menos 10 facadasVeja o momento exato em que helicóptero cai em MinasPacientes curados de COVID-19 têm sequelas; veja as mais comunsA dinâmica do acidente será esclarecida após a perícia, mas a experiência de Barcelos é reconhecida por toda a corporação. São 25 anos de atuação no Corpo de Bombeiros, sendo 13 na aviação, com mais de mil horas de voo e 15 mil pousos e decolagens. “Ingressei na aviação em 2007, ano em que tivemos um acidente aéreo com helicóptero da corporação e três pessoas morreram. Um dos que faleceu era meu chefe na época”, lamenta o tenente-coronel. Como nunca tinha passado por situação semelhante durante o trabalho, Barcelos diz que ficou pensando no que poderia ter feito de diferente para evitar a queda do helicóptero, mesmo tendo a consciência de que o pior não aconteceu.
“Veio o baque”
“Saber que tivemos um acidente aéreo, com cinco pessoas na tripulação, e todos sobreviveram, é motivo de comemoração. Na nossa profissão, saímos para trabalhar e não sabemos se voltamos. Acidentes de pessoas de farda têm óbito quase certo. Então, só resta agradecer a Deus pelo milagre”, desabafa. Ver a família, depois do ocorrido, ajudou a passar pelo trauma.
Coincidentemente, a esposa de Barcelos estava sem celular durante aquela manhã, e os pais ainda não tinham recebido a notícia da queda. “Fui para casa logo depois do acidente, vi minha esposa e contei para ela o que aconteceu. Ela não acreditou. Como assim o helicóptero tinha caído, e eu estava ali? Mas ela pegou o telefone, viu as imagens e se desesperou, veio o baque. Com meus pais, eu também tive a chance de contar o que houve, ainda bem”, avalia.
Coincidentemente, a esposa de Barcelos estava sem celular durante aquela manhã, e os pais ainda não tinham recebido a notícia da queda. “Fui para casa logo depois do acidente, vi minha esposa e contei para ela o que aconteceu. Ela não acreditou. Como assim o helicóptero tinha caído, e eu estava ali? Mas ela pegou o telefone, viu as imagens e se desesperou, veio o baque. Com meus pais, eu também tive a chance de contar o que houve, ainda bem”, avalia.
Barcelos diz não lembrar de quantas vidas salvou em todos os anos de corporação, mas se preocupa, sempre, em levar socorro a quem precisa. Uma amiga comentou que, depois de tanto o militar resgatar outras pessoas, foi a vez de Deus fazer o mesmo com ele. “Agora, são dias de agradecimento. Fiz os exames de praxe, falei com todos que estavam na aeronave e conversei com toda a tropa do serviço aéreo para mostrar que estamos bem. Nessas horas, lembro o lema da corporação: ‘Vidas alheias e riquezas salvar!’”, define.