Cogitado por alguns países e já implementado por outros, o retorno das aulas presenciais pode representar um perigo à sociedade quando feito sem as medidas necessárias.
Estudos indicam, por exemplo, que a retomada das atividades escolares sem o aumento da testagem poderia gerar uma segunda onda de COVID-19. No Brasil, o tema gera polêmicas marcadas por adiamentos, disputa judiciais e discordâncias até mesmo entre os pais de alunos. Enquanto a rede pública da maioria dos estados ainda não tem data definida para reabrir as escolas, quando o assunto é ensino privado, metade dos estados já se prepara para a volta às aulas.
Estudos indicam, por exemplo, que a retomada das atividades escolares sem o aumento da testagem poderia gerar uma segunda onda de COVID-19. No Brasil, o tema gera polêmicas marcadas por adiamentos, disputa judiciais e discordâncias até mesmo entre os pais de alunos. Enquanto a rede pública da maioria dos estados ainda não tem data definida para reabrir as escolas, quando o assunto é ensino privado, metade dos estados já se prepara para a volta às aulas.
Leia Mais
Universitários da rede privada de MG querem aulas presenciais depois da pandemiaRetorno das aulas presenciais pode colocar pelo menos um milhão de mineiros em risco, aponta estudoCOVID-19: Volta às aulas em BH pode ter rodízio e lições de saúdeMãe procura filha que ela doou 30 anos atrás, logo após o partoDiretor-assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa afirmou sssspque a reabertura das escolas "pode ser um fator de risco para novos surtos" nos estados ou regiões em que a doença ainda não está sob controle. "É muito importante, primeiro, ter o controle da transmissão e, quando for o momento, reabrir com todo o protocolo para garantir a segurança de meninos e meninas e dos professores", declarou, durante a entrevista coletiva virtual da Opas ontem.
Sem esse controle há mais de três meses, a maioria dos estados brasileiros ainda não tem previsão para o retorno das atividades escolares da rede pública. A maioria adiou a decisão para o fim de agosto. Na balança, pesa a possibilidade de aumentar ainda mais a transmissão da covid no país, que ontem bateu a marca de 2,8 milhões de casos confirmados e mais de 95 mil mortes pela doença.
Mapa avançado
Mesmo diante da situação heterogênea da manifestação da covid-19 no país, no rol das instituições de ensino particulares, a reabertura está em processo avançado. Na atualização do mapa de retorno das atividades educacionais presenciais aprovadas, os estados do Amazonas, Rio de Janeiro e Maranhão estão prontos para reabrir as escolas; outras dez unidades federativas estão em processo de preparação. A avaliação é da Federação Nacional de Escolas Particulares (Fenep), que mapeia os estados e as capitais preparados para o regresso, desde que sejam cumpridos os protocolos de segurança.
Para viabilizar a programação de abertura, a Fenep elaborou, no fim de abril, um plano estratégico. Mais bem equipadas que as instituições públicas, as escolas particulares defendem a necessidade da retomada presencial, sustentando os prejuízos educacionais. O temor de pais, alunos e professores, no entanto, coloca um peso maior na decisão dos gestores.
Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, mesmo após a liberação para a rede privada, o governo estadual estuda prorrogar a suspensão. A autorização para a retomada foi dada esta semana e algumas escolas particulares iniciaram as atividades, de forma escalonada, com o retorno da educação infantil no próximo dia 17. O Ministério Público chegou a entrar com uma liminar na Justiça contra o retorno facultativo das aulas, mas teve o pedido negado.
O Maranhão retomou as atividades do ensino médio particular esta semana e o Amazonas conta com alunos em salas de aula há semanas. E programa o retorno do ensino público para a próxima segunda-feira. Com proposta para retomar o ensino médio presencial, há outros nove estados. São eles: Acre, Alagoas, Ceará, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Distrito Federal
A Justiça do Trabalho autorizou, ontem à noite, o retorno imediato das aulas presenciais nas escolas particulares do Distrito Federal. De acordo com a determinação da juíza Adriana Zveiter, fica revogada a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) que havia suspendido o retorno no dia 25 de julho. Na segunda-feira, a Justiça do Trabalho sugeriu, em audiência de conciliação, que as escolas retomassem as aulas, de "modo escalonado", a partir de 10 de agosto.