Uma técnica em enfermagem de 24 anos voltou a apresentar sintomas da COVID-19 pouco mais de um mês após ter testado positivo em um exame RT-PCR, que identificou o Sars-Cov-2 no seu organismo em 13 de maio e, depois, em 27 de junho. A informação foi confirmada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, por meio de estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da USP, e afirma que "a reinfecção e o adoecimento em mais de uma ocasião são eventos possíveis".
A paciente começou a apresentar os primeiros sintomas da doença em 6 de maio, dois dias após ter entrado em contato com um colega de trabalho que testou positivo para a COVID-19. Mesmo usando máscara cirúrgica, ela contraiu o coronavírus e sentiu dores de cabeça, mal estar, febre, fraqueza muscular, leve dor de garganta e congestão nasal.
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'Há esperança' pela vacina contra covid-19, mas devemos olhar pro agora, diz OMSVacina para COVID-19 na fase 3 de testes não significa estar 'quase lá', diz diretor da OMSEstado de São Paulo tem mais de 24.400 mortes por covid-19COVID-19: 'desafio humano' da vacina leva 9 mil brasileiros à inscrição como voluntáriosJá no quinto dia em que os sintomas voltaram a aparecer, a paciente foi novamente diagnosticada com o Sars-Cov-2 por meio de um novo exame RT-PCR, que coleta amostras da garganta (orofaringe) e do nariz (nasofaringe) com uma haste flexível.
O estudo divulgado pelo HC aponta ainda que os sintomas agudos voltaram a desaparecer no 12º dia dessa "segunda infecção", mas a dor de cabeça e a perda parcial do olfato persistiram até a data de divulgação da pesquisa. Ele também afirma que, mesmo 33 dias após a reincidência dos sintomas, a paciente ainda testa positivo para a COVID-19.
"O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por SARS-CoV-2, como de recidiva clínica da COVID-19", afirma a pesquisa, citando que apenas outro caso similar foi encontrado até o momento, em Boston, nos Estados Unidos. Ainda de acordo com o estudo, existe a possibilidade de que "um ou mais dos exames virológicos e sorológicos tenham apresentado resultado falso positivo", mas ela é remota devido ao volume de evidências laboratoriais, clínicas e epidemiológicas.
Apesar de concluir que o caso "favorece a hipótese de reinfecção", o estudo aponta que é preciso aprofundar ainda mais as pesquisas. "Essa constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde."