Eduardo Passos dos Santos, 41 anos, foi mais uma vítima da COVID-19 no Distrito Federal. O advogado estava há 10 dias internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) quando teve uma piora no quadro e precisou ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo a família, a vaga só foi liberada após algumas horas e a transferência ocorreu mais de 12 horas depois.
Leia Mais
Internautas pedem boicote ao Coco Bambu após almoço com Bolsonaro Curva está achatada e hidroxicloroquina não é solução para o Brasil, diz OMSVelocidade e prioridade na imunização estão entre os dilemas éticosFAB mantém treinamento em epicentro de COVID-19De acordo com a mulher de Eduardo, Luciana Lopes, de 40, o quadro dele piorou ainda na tarde da última terça-feira (4/8). Porém, por falta de leitos no HRC, ele ficou aguardando uma vaga em outra unidade da rede pública de saúde. Por volta das 21h50, surgiu o espaço na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante. Apesar da urgência, Eduardo só foi transferido às 11h da manhã do dia seguinte.
"Tentei de tudo para realizar a transferência dele o mais rápido possível, liguei para colegas, conhecidos e hospitais de Brasília. Porém, não adiantou de nada", explica Luciana. Além disso, a mulher ainda reclama da falta de transparência em relação ao estado de saúde do marido. "Nós não conseguíamos saber o quadro dele, se estava melhorando ou piorando, foi uma confusão", diz.
Eduardo chegou a dar entrada na UPA do Núcleo Bandeirante, mas não resistiu às complicações da doença. Ele não tinha nenhuma comorbidade que pudesse ser agravante da COVID-19. Segundo a família, não fumava, não bebia, não tinha diabetes, colesterol alto nem asma. Eduardo deixa a esposa, com quem era casado há nove anos e meio, e um filho de apenas um mês de idade.
O Correio procurou o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) que é responsável pela gestão dos leitos de UTI na capital federal. Porém, até o momento, não obteve respostas.
O espaço segue aberto para posicionamento.