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Estado de Minas REVOLTA

Funerária tenta encobrir troca de corpos e mulher é sepultada por outra família

Após constatar que o corpo não era de sua mãe, Mabi Cristina Fagundes descobriu que ela havia sido sepultada no dia anterior. Funerária insistiu, a princípio, que tratava-se do corpo certo


13/08/2020 14:55 - atualizado 13/08/2020 15:06

Filha descobriu que mãe havia sido enterrada no dia anterior, em Taguatinga, por outra família(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Filha descobriu que mãe havia sido enterrada no dia anterior, em Taguatinga, por outra família (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
O dia já seria triste para Mabi Cristina da Silva Fagundes, 47 anos, e sua família porque enterrariam a mãe, Arminda Silva, 76 anos, que faleceu nesta quarta-feira (12/8), em Taguatinga. Mas, além de tristeza, a família passou a sentir, também, grande revolta ao chegar ao cemitério e se deparar com um erro macabro: no caixão, não estava Arminda, e sim o corpo de uma pessoa desconhecida.

Ao contatar a Funerária Nacional para saber o que havia acontecido e porque os corpos foram trocados, outra revolta: a empresa, a princípio, insistiu que tratava-se da pessoa correta, que ela estaria apenas "inchada". Após contestação da família, no entanto, a funerária admitiu que houve erro e decidiu verificar o ocorrido. Neste momento, a família descobriu que Arminda havia sido sepultada no dia anterior, no Campo da Esperança de Taguatinga, por outra família, às 15h.

"Está todo mundo revoltado. Eu queria chorar, queria dar o último adeus à minha mãe, fazer tudo com muito carinho. Mas não era nossa mãe que estava aqui. Não foi nossa mãe que nos mostraram e insistiram que era", desabafa a filha.

A família que sepultou o corpo em Taguatinga acabou prosseguindo com o enterro após a empresa insistir que era o corpo certo, como tentaram fazer com a família de dona Arminda.

"Ela falava muito que queria ser enterrada no Campo da Esperança perto do pai e da mãe. A gente fez a exumação do corpo da minha avó pela manhã porque minha mãe ia ser enterrada na campa da minha avó, então tem que ir lá, fechar a campa de novo porque minha avó está exposta. Teve todo esse contratempo, esse desespero e a funerária está em uma lentidão danada. A gente está lidando com um descaso total", relata Mabi.

Procurada, a funerária Nacional afirmou que "desconhece" o assunto e bloqueou o contato da reportagem do Correio em seguida. Tentamos contato, também, por telefone e e-mail. Bruno Fagundes, irmão de Mabi, ficou encarregado de prestar queixa sobre o ocorrido na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, que investiga o caso. A família assinou um documento do cemitério certificando que o enterro não ocorreu por falta do corpo.

Em nota, o cemitério Campo da Esperança lamenta o ocorrido e afirma que executa o serviço com base na documentação entregue pela funerária contratada pela família. Adiciona, ainda, que, neste caso, os documentos dos dois sepultamentos já chegaram ao cemitério trocados e que a identificação dos corpos não é responsabilidade da concessionária.

Arminda estava internada no Hospital Anchieta, em Taguatinga, há um mês. Apesar de ter sido diagnosticada com COVID-19, quando foi internada por pneumonia, já estava testando negativo para o coronavírus. No hospital, ela desenvolveu septicemia e faleceu na quarta-feira (12/8), à 1h, por insuficiência respiratória e parada cardíaca. Ela deixa o marido, três filhos, seis netos, quatro bisnetos e seis irmãos.


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