A Polícia Civil do Espírito Santo concede, na tarde desta terça-feira, uma entrevista coletiva sobre a prisão do homem de 33 anos que foi preso suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha, de apenas 10, em São Mateus, no interior do estado. A criança passou por um procedimento de aborto legal. O caso gerou comoção no país.
O suspeito do estupro já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma. A prisão dele foi confirmada no início desta manhã pelo governado do Espírito Santo, Renato Casagrande, e pela Polícia Civil do estado. Os policiais civis capixabas estão voltando com o acusado para o Espírito Santo, mas não há previsão de quando ele chegará ao estado.
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Suspeito de estuprar menina de 10 anos teria acusado outros familiaresPreso na Grande BH tio suspeito de estuprar e engravidar menina de 10 anos no Espírito SantoAcusado teria estuprado sobrinha enquanto estava no regime semiabertoTio admite abusos e diz que mantinha 'relacionamento' com sobrinha de 10 anos'Pessoas misturam religião com saúde', diz médico responsável pelo setor que interrompeu gravidez de meninaTwitter, Instagram e YouTube retiram perfis de Sara Winter do arO novo mandado de prisão, por estupro de vulnerável, foi expedido pela 3.ª Vara Criminal de São Mateus, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), na quarta-feira passada, 12.
A menina foi transferida de São Mateus, no norte do Espírito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora.
Desde o domingo, a criança está internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE). Foi no hospital que ela teve a gestação interrompida. O procedimento foi feito no domingo e finalizado na segunda-feira.
No dia do procedimento, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos, contrários ao aborto. Também houve manifestações de grupos de mulheres que defendiam o procedimento.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Olímpio Barbosa de Morais Filho, médico responsável pela unidade que realizou o aborto, afirmou que as pessoas "misturam ciência com religião", "saúde com religião" e que é uma "tortura" o Estado obrigar a manutenção da gravidez de uma mulher violentada.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que casos como o da menina de 10 anos se repetem pelo Brasil. Dos 1.024 abortos permitidos por razões médicas entre janeiro e junho deste ano, 35 foram de meninas de até 14 anos, conforme a plataforma DataSus, do Ministério da Saúde. Em 2019, o total foi de 72 - média de uma a cada cinco dias.
No domingo, a Justiça do Espírito Santo atendeu pedido da Defensoria Pública do Estado e deferiu liminar determinando que o Google Brasil, o Facebook e o Twitter retirem informações divulgadas em suas plataformas sobre o caso.
Relembre o caso
Uma menina de 10 anos engravidou após ter sido estuprada em São Mateus, município no norte do Espírito Santo. O acusado pelo crime é o tio de 33 anos da criança. O caso se tornou público depois que ela deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida.
Em conversa com médicos e com a tia que a acompanhava, a criança relatou que o tio a estuprava desde os 6 anos. Ela disse que não havia contado aos familiares porque tinha medo, pois ele a ameaçava.