Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA SEXUAL

Tio admite abusos e diz que mantinha 'relacionamento' com sobrinha de 10 anos

O homem suspeito de abusar sexualmente da sobrinha de 10 anos em São Mateus, no Espírito Santo, confessou aos policiais que abusava da criança. A menina ficou grávida e passou por um procedimento de interrupção da gestação no fim de semana. O tio, de 33 anos, foi preso na madrugada de terça-feira, (18/8), em Betim (MG).





"Ele disse que tinha um 'relacionamento' com a menina, mas isso não justifica, porque ela é menor e não tem nenhuma capacidade de entender o que estava acontecendo", disse o delegado-chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, em entrevista coletiva sobre o caso.

A Polícia Civil explicou que, pela idade da vítima, que é uma criança, independentemente de “consentimento”, o ato é considerado crime de estupro de vulnerável. “Não existe essa questão de consentimento, isso não é válido”, explicou o superintendente de Polícia Regional Norte da Polícia Civil do Espírito Santo, Ícaro Ruginski.



O suspeito estava escondido na casa de parentes, não resistiu à prisão e foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça. O homem já tinha passagem criminal por tráfico de drogas e esteve preso entre 2011 e 2018. Ele foi conduzido ao Complexo Penitenciário de Xuri, em Viana (ES), onde ficará em uma cela com outros acusados de estupro.





Menina é órfã de mãe e o pai está preso

De acordo com a Polícia Civil, a menina de 10 anos tem um histórico de vida marcado pela violência. Ela está sob a guarda dos avós porque a mãe morreu e o pai está preso.

O suspeito morava na mesma casa que a garota e, nesse contexto, cometia os estupros. Ele chegou a dizer aos policiais que o pai e o avô da criança também a estupravam. A hipótese será investigada, mas a princípio a polícia acredita que o suspeito seja o único estuprador. À polícia, a menina disse que os abusos ocorriam desde quando ela tinha 6 anos.

“Esse homem é um monstro e está muito claro que ele tem que ficar enjaulado e não tem condições de viver em sociedade”, disse o coronel da Polícia Militar Alexandre Ofranti Ramalho, secretário de Segurança Pública do Espírito Santo.





Relembre o caso

O caso começou a ser investigado em 8 de agosto, após a criança dar entrada no hospital com suspeita de gravidez. Após a confirmação da gestação, a Justiça autorizou a realização do aborto, mas a unidade de saúde no Espírito Santo se recusou a fazer o procedimento.

A menina, então, foi encaminhada para o Recife (PE), onde virou alvo de grupos religiosos após a extremista Sara Winter divulgar o nome da criança e o hospital onde ela estava.

Apesar dos protestos, a gravidez da criança foi interrompida na segunda-feira (17/8). A menina segue em observação e deve voltar para casa no máximo até quarta-feira (19/8), segundo informações do hospital.