O homem apontado como agressor da modelo transexual Alice Felis foi preso na manhã desta quinta-feira (20) no Rio de Janeiro. Identificado como Lucas Brito Marques, ele estava foragido e vai responder por tentativa de latrocínio, roubo seguido de morte. No último domingo, Alice usou as redes sociais para relatar o crime. As imagens viralizaram, o que abriu um debate sobre violência contra transexuais.
"A motivação primeira é patrimonial. Aí a gente percebe, pelo depoimento da vítima, que existia algum tipo de discriminação", destacou a responsável pela investigação, delegada Bianca Lima.
A prisão aconteceu depois de uma longa negociação com policiais durante a madrugada. Lucas foi preso no Morro do Pavão-Pavãozinho. Ele foi reconhecido presencialmente por Alice como o autor das agressões.
Entenda
Alice conheceu o suspeito em um bar de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Os dois resolveram seguir para o apartamento dela, local onde ocorreram as agressões. A modelo afirmou via Instagram ter sido espancada e roubada.
Nas imagens, filmadas por ela, Alice mostra o chão do apartamento coberto por sangue. Aos prantos, ela alega nas imagens que não tem dinheiro para nada e precisa de ajuda financeira. “Ele veio, me bateu, tentou me esfaquear. Eu implorei para que ele não me matasse”, afirmou Alice na época.
Nas imagens, filmadas por ela, Alice mostra o chão do apartamento coberto por sangue. Aos prantos, ela alega nas imagens que não tem dinheiro para nada e precisa de ajuda financeira. “Ele veio, me bateu, tentou me esfaquear. Eu implorei para que ele não me matasse”, afirmou Alice na época.
A modelo transexual Alice Felis usou as redes sociais no último domingo (16/08) para denunciar uma agressão. As imagens fortes viralizaram e abriram novamente o debate sobre violência contra transexuais no Brasil.https://t.co/ZPK4idzmIN pic.twitter.com/YSmXTA0sDl
%u2014 Estado de Minas (@em_com) August 18, 2020
A modelo teve o nariz e o maxilar quebrados. Levou pontos no queixo, testa e no pé, além de ter perdido ao menos cinco dentes.
Nas redes sociais, o caso de Alice foi compartilhado por internautas. A vaquinha feita por ela chega R$ 162.067,67 até o fechamento da reportagem. Vários famosos fizeram postagens repercutindo o caso.
Violência contra Transexuais
Apenas no primeiro semestre de 2020, 89 pessoas transgêneras foram assassinadas no Brasil. A quantidade supera em 39% a registrada no mesmo período no ano de 2019. Os dados são da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
De acordo com a instituição, o número mostra a omissão das autoridades governamentais. "Os dados não refletem exatamente a realidade da violência transfóbica em nosso país, uma vez que nossa metodologia de trabalho possui limitações de capturar apenas aquilo que de alguma maneira se torna visível. É provável que os números reais sejam bem superiores”, explica em nota.
*Estagiária sob supervisão de Álvaro Duarte