A Johnson & Johnson e a empresa farmacêutica associada Janssen-Cilag darão início à fase 3 do estudo clínico para teste da vacina em desenvolvimento contra o Sars-COV-2, agente patológico que causa a COVID-19. A pesquisa para avaliação da vacina chamada Ad26.COV2.S é intitulada Ensemble. Com previsão para setembro, a empresa anunciou que seis países da América Latina farão parte do estudo. Além do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru .
O calendário para o começo dessa etapa é estabelecido seguindo a aprovação das entidades reguladoras e a análise de dados das fases anteriores, no momento em curso. No Brasil, onde a vacina já recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a previsão é de que os testes sejam relizados em sete estados, incluindo Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte. Serão 7 mil brasileiros participantes do estudo.
Para projetar os locais onde os estudos clínicos deveriam acontecer, a empresa partiu da modelagem de dados e epidemiologia. A escolha final pelos países foi definida em conjunto com governos e autoridades de saúde em cada região. A opção foi feita com base na análise da atual prevalência da doença e em questões demográficas, assim como requisitos das autoridades regulatórias. Tudo para assegurar que a pesquisa gere resultados relevantes quanto à segurança e eficácia da vacina.
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Publicados no fim de julho no periódico científico Nature, os resultados dos fases 1 e 2 dos testes com a vacina da Johnson & Johnson foram animadores. As duas primeiras etapas foram realizadas nos EUA e na Bélgica com macacos rhesus. Uma só dose do imunizante foi capaz de gerar forte proteção contra o novo coronavírus.
O fármaco é elaborado a partir de um vetor de adenovírus sorotipo 26 - o Ad26, um tipo de vírus da gripe comum. Segundo o artigo da Nature, a substância também se mostrou eficaz na prevenção de infecções pulmonares subsequentes da COVID-19.
Para a equipe de cientistas da Johnson & Johnson, drogas de única aplicação oferecem vantagens, sobretudo em tempos de pandemia. Entre elas, evitar a mobilização de esforços do poder público para o retorno da população aos centro de saúde para novas etapas da vacinação.
(Com informações de Cecília Emiliana e Renata Rios)