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Estado de Minas GRAVIDEZ

Tocofobia: conheça sobre o medo excessivo de engravidar e do parto

Algumas mulheres podem ter crises sérias de ansiedade e depressão ao se imaginarem grávidas


30/08/2020 12:27 - atualizado 30/08/2020 16:15

Frases como "toda mulher nasceu para ser mãe" reforçam o estereótipo de que todo indivíduo do sexo feminino tem a ‘obrigação social de procriar’. Porém, algumas pessoas têm medo e até uma certa fobia em relação à gravidez e ao parto.

Imaginar-se gerando uma vida pode provocar crises sérias de ansiedade e depressão. E a Psicologia estuda um diagnóstico específico para esses casos: a tocofobia.

Os principais sintomas relatados por mulheres que passam por isso são: descontrole emocional ao falar do assunto, crises de pânico, oscilação intensa de humor, vômitos excessivos, pesadelos e depressão.

A tocofobia se caracteriza por um medo excessivo de engravidar e do parto. "Para algumas mulheres, o fato de se imaginar grávida ou parindo, já é suficiente para desencadear uma crise de ansiedade e uma verdadeira aversão", afirma a psicóloga Daniela Silvares, terapeuta da criança interior e consteladora familiar.

O que é tocofobia?

Nem todas as mulheres que são acometidas pela tocofobia não gostariam de ser mães. Porém, elas acabam desistindo da maternidade por acessarem um medo profundo semelhante à fobia, como explica a psicóloga Daniela Silvares: "Ou se elas engravidam, têm verdadeiro pavor de pensar no parto, que é sentido como uma experiência de muito sofrimento e de ameaça a vida, da mãe e do bebê. Por esse motivo, se engravidam, muitas recorrem a cesariana", acrescenta.

A consteladora familiar esclarece que algumas mulheres também podem desenvolver a tocofobia após passarem por processos traumáticos em sua primeira gestação e experiência de parto.

Quais os sintomas e como identificar a tocofobia?

É comum que mulheres tenham medos e ansiedade diante de uma gravidez e não há nada de errado nisso.

"Mulheres com tocofobia apresentam sintomas mais acentuados, como um descontrole emocional ao falar do assunto, crises de pânico, oscilação intensa de humor, vômitos excessivos, pesadelos e depressão. É um verdadeiro sofrimento para elas, desde a possibilidade de engravidar até a forma como vivenciam a gestação, caso ela aconteça", afirma Daniela Silvares.

Há algum tipo de tratamento?

Para vencer o medo da gestação e realizar o sonho de ser mãe, muitas mulheres procuram ajuda. Mas será que tem cura?

A psicóloga Daniela Silvares afirma que existem diversos tratamentos. "Em alguns casos talvez seja preciso uma intervenção multidisciplinar e até uso de medicação. É muito importante que essa mulher investigue seus medos e que, com ajuda profissional adequada, consiga olhar para o que esses sintomas revelam sobre sua história. Sobre a sua experiência de nascimento, sobre o que sua mãe viveu e sentiu em sua gestação", diz a consteladora familiar.

Muitas vezes, a paciente tem, no histórico familiar, relatos de outras mulheres, mãe, avós, bisavós, que já passaram por sofrimentos profundos, traumas que foram passados de forma transgeracional. "Todas essas experiências nos acompanham, mesmo que não tenhamos consciência delas. Aquilo que foi dito e mesmo o que foi silenciado. Com um tratamento adequado, essa mulher poderá vivenciar uma gestação e parto sem que precise passar por tanto sofrimento emocional", pondera.

Há algum teste a ser feito para identificar a doença?

Não existe nenhum tipo de teste ou exame que possa identificar a tocofobia. Porém, um especialista pode dar o diagnóstico clínico para que a paciente consiga encontrar a melhor forma de tratar os sintomas.

Tocofobia em homens existe?

Se a tocofobia é o medo da gravidez, gerar um bebê, e do parto, será que os homens que acompanham a gestação da companheira também podem sofrer com os mesmos sintomas? "Embora o índice seja bem menor, também pode acontecer de o homem desenvolver a tocofobia e, da mesma forma, é preciso buscar ajuda profissional para compreender o que está por trás desses sintomas e conseguir vivenciar uma paternidade com mais leveza", conclui a psicóloga.


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