A Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza entrevista coletiva nesta terça-feira, 15, com foco na questão das crianças e adolescentes fora da escola por causa da pandemia da COVID-19. Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que a entidade, a Unesco e o Unicef publicaram na segunda-feira diretrizes de medidas de saúde para se buscar uma reabertura segura dessas instituições.
Tedros afirmou que os dados disponíveis mostram que menos de 10% dos casos reportados e menos de 0,2% das mortes são de pessoas com menos de 20 anos, mas também lembrou que há feitos potenciais de longo prazo ainda desconhecidos nas pessoas infectadas.
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Pandemia: Escolas só devem ficar fechadas se não houver alternativa, dizem entidadesIdeb do ensino médio tem maior alta, mas crescimento do 1º ao 5º ano desaceleraTaxa de transmissão do vírus no Brasil é a menor desde intensificação em abrilO diretor-geral lembrou que as crianças têm sofrido de outras formas, como em sua alimentação, a perda do aprendizado e riscos como maior exposição ao trabalho infantil e à violência doméstica.
Ele pediu que seja garantido o ensino à distância, durante o fechamento das escolas, e também que o tempo de fechamento desses locais seja usado para colocar em vigor medidas para evitar e responder a transmissões na reabertura.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, citou na coletiva o risco de que 11 milhões de crianças não voltem à escola pelo mundo, no contexto atual. A diretora-geral da Unicef, Henrietta Fore, mencionou as dificuldades pelo mundo para o ensino remoto e lembrou que muito tempo fora da escola pode resultar em "impacto grave" para as crianças.
Fore citou uma projeção segundo a qual mais de 20 milhões de crianças pelo mundo devem abandonar a escola por causa da pandemia e seus impactos, sociais e econômicos.