O último paciente internado no hospital de campanha do Complexo do Ibirapuera recebeu alta na manhã deste sábado, 26, na zona sul da cidade de São Paulo. Em clima festivo, o encerramento teve balões, cartazes, entrega de medalhas e flores, presença de autoridades, salva de palmas e até a participação da primeira paciente do espaço, que atendeu exclusivamente pacientes com o novo coronavírus.
Iray Fernandes, de 70 anos, foi o último a ter alta entre os 3.189 internados no local, onde permaneceu por 10 dias. Ele deixou o hospital em uma cadeira de rodas e com um balão azul em mãos, ao som de palmas e sirenes. Morador de Várzea Paulista, na Grande São Paulo, é natural do interior de Minas Gerais e do grupo de risco da covid-19 (por ser idoso, hipertenso e cardiopata).
O local é o último hospital de campanha a encerrar as atividades na cidade de São Paulo, após o fechamento nas últimas semanas dos abertos no Complexo do Anhembi e no Estádio do Pacaembu. Na despedida, os profissionais de saúde que atuaram no espaço receberam medalhas e outras homenagens.
"Esse é um momento simbólico, mas eu ainda quero lembrar a todos: nós ainda estamos em quarentena. Nós ainda estamos no meio da nossa pandemia, nós precisamos seguir as nossas regras sanitárias, evitar as aglomerações, usar as máscaras, higienizar as mãos, seja com água e sabão, seja com álcool gel na sua impossibilidade", destacou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
"Nós precisamos ter o sinal de alerta. Esse grande amarelo que temos em todo o Estado, 100% no faseamento amarelo (do Plano São Paulo, de flexibilização da quarentena e reabertura econômica), significa atenção, mais atenção do que nós tínhamos antes. Antes nós tínhamos mais medo do que temos hoje, então temos que estar mais atentos."
Aberto em 1º de maio, o hospital do Complexo do Ibirapuera tinha 268 leitos, dos quais 28 eram de UTI. Ao longo das atividades, recebeu pacientes de 106 municípios paulistas, a maioria oriundos da Grande São Paulo, da região de Campinas e de Sorocaba. "O significado de fechar esse hospital de campanha mostra o controle da pandemia no nosso Estado", acrescentou o secretário.
Nos próximos dias, o espaço passará por um processo de desmontagem da estrutura provisória. Segundo o governo estadual, o mobiliário e outros itens utilizados, como colchões, camas e torneiras, serão doados a entidades assistenciais e unidades de saúde pública.
Um dos principais dados que embasou a decisão pelo fechamento foi a queda nas internações. Na última semana epidemiológica, de 13 a 19 de setembro, a média diária foi de 1.266 internações, a menor registrada ao menos desde abril. A parcial deste semana, que inclui apenas dados de domingo, 20, até quarta-feira, 23, indica a mesma tendência, com média de 1.110. O Estado teve, contudo, alta na média diária de óbitos na última semana epidemiológica.