Com 6.796 focos de incêndio entre 1º de setembro e este domingo, o Pantanal vive o pior mês da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora queimadas no bioma desde 1998. No mesmo período, em 2019, havia 2.727 focos registrados; em 2018, 783. Antes, o pior mês havia sido agosto de 2005, com 5.993. No total, o Inpe detectou 16,9 mil incêndios entre janeiro e setembro deste ano, maior número já registrado no período.
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A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) do Mato Grosso apura, desde o início do mês, quem são os possíveis responsáveis por vários focos de incêndio no Pantanal. De acordo com o governo do estado, cinco perícias feitas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontaram a ação humana como causa da origem das queimadas na região.
A chegada das chuvas cria expectativa de melhora na segunda metade de outubro. Por enquanto, contudo, o Pantanal continua passando por “condições de seca severa a excepcional”, principalmente na região norte do bioma, segundo o Cemaden. De julho a setembro, mais de 80% das áreas agroprodutivas dos municípios de Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço foram afetadas pela seca.