O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, 30, que, se a coronavac passar na fase de testes em voluntários e for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacinação contra a COVID-19 em São Paulo poderá ocorrer já a partir de 15 dezembro e começará em profissionais de saúde.
"Os testes seguem até 15 de outubro. Mas estamos confiantes no resultado dessa vacina. Estamos avançando positivamente com esperança de que essa será uma das mais promissoras vacinas contra a COVID-19. Vamos respeitar os procedimentos de testagem, e após aprovação da Anvisa, o início da vacinação está previsto para começar no dia 15 de dezembro, começando pelos profissionais da saúde", afirmou Doria.
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Moderna: vacina experimental contra covid apresenta boa resposta imune em idososMinistro da Saúde veta publicidade da cloroquina em 'dia D' contra a COVIDSaúde: País registra 863 mortes por covid-19 em 24h, total chega a 142.921O estudo da vacina foi ampliado, de nove mil para 13 mil voluntários, e acontece em 16 centros de estudos espalhados por sete estados brasileiros e o Distrito Federal. De acordo com o presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, sete mil voluntários já receberam o imunizante. Ele afirmou também que, em outubro, o Butantã receberá da Sinovac a matéria prima para ser transformada em vacinas no instituto. Uma fábrica do Butantã entrará em obras em novembro e será ampliada para produção da coronavac. O contrato assinado nesta quarta é de US$ 90 milhões.
"Importante lembrar que, para que possamos dar início ao programa de vacinação, temos que ter aprovação do órgão regulatório. As tratativas vem sendo positivas. Há entendimento de que uma vacina, ou as vacinas, são necessárias para que tudo volte ao normal. A nossa relação com o Ministério da Saúde é algo próximo e temos tratativa com o ministro Pazuello, com apoio e até o incentivo financeiro", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. "São sinais de que teremos boa condução assim que tivermos a liberação da Anvisa. Não tenho dúvida de que essa vacina será inserida no Programa Nacional de Vacinação e será distribuída pelo SUS. Esperamos ter um grande número de vacinados no primeiro semestre no País", disse. No entanto, Gorinchteyn citou que, caso isso não ocorra, pode existir um plano de vacinação para São Paulo.
Na semana passada, o governo do Estado divulgou um estudo feito em 50 mil pessoas na China que indicou segurança da coronavac. Segundo o governo de São Paulo, 94,7% dos voluntários não apresentaram qualquer efeito adverso - índice que se equipararia a outras vacinas já amplamente usadas no Brasil, como a da gripe.
Custo
Doria informou que terá um custo de US$ 90 milhões - cerca de R$ 507,6 milhões - o contrato estabelecido com a farmacêutica Sinovac, para o fornecimento da vacina contra o novo coronavírus e troca tecnológica com o Instituto Butantan.
Segundo Doria, responsabilidade de pagamento é do governo do Estado caso o Ministério da Saúde decida não "estar alinhado" na aplicação do imunizante. Entretanto, o governador informou que o Estado tem trabalhado neste acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e disse que o ministro tem sido "positivo, republicano e dado um tratamento técnico à questão da vacina sem nenhum viés ideológico ou político".
De acordo com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, não há dúvida de que, a partir da aprovação pendente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), "as vacinas serão inseridas no Programa Nacional de Imunização e disponibilizadas de forma gratuita pelo SUS a toda população".
"Não é razoável imaginar que diante de uma pandemia, que já levou a vida de mais de 140 mil brasileiros, tenhamos uma visão ideológica, partidária, política e eleitoral num tema como esse", disse Doria.
"Teimo em duvidar que governo federal faça algo desta natureza boicotar aprovação da Anvisa e diga que o tema da vacinação é ideológico", afirmou o governador.