Jornal Estado de Minas

QUEIMADAS

Ministério da Justiça culpa estados e STF por demora na ação contra queimadas na Amazônia e Pantanal

Durante participação em audiência na comissão da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6), o secretário adjunto Nacional de Segurança Pública, Ronney Matsui, culpou os estados da região do Pantanal e o Supremo Tribunal Federal (STF)  pela demora no emprego da Força Nacional para combater as queimadas que estão devastando a região.



"Há uma questão judicial que acabou tornando a questão não tão imediata, uma decisão de 24 de setembro, do plenário do STF, que impediu a ação unilateral da Força Nacional, ou seja, sem solicitação ou anuência do estado", afirmou.

De acordo com o secretário, os pedidos de intervenção demoraram a chegar, o que provocou um atraso na hora do diagnóstico dos estados. Ele culpou as chuvas e os governantes.

"Verificamos que eles estavam com problemas de logística. Precisavam principalmente de aeronaves, não somente de pessoal, para levar as equipes aos locais de incêndio, que eram em áreas remotas. Só mandar pessoas não resolveria o problema. Nós precisaríamos articular e conseguir apoio aéreo. Diante dessa situação, o Ministério da Justiça ficou de prontidão até que conseguimos fazer esse levantamento das necessidades", afirmou.

O debate foi transmitido de forma on-line por meio do portal e-Democracia.


Comissão


A comissão externa acompanha o enfrentamento de queimadas no Brasil. Já foram ouvidos pelos deputados o coordenador-substituto do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Alberto Setzer e representantes de organizações não governamentais (ONGs).



Segundo Setzer, desde janeiro, houve aumento de 195% no número de queimadas detectadas no Pantanal comparando com o mesmo período 2019. “Em 2020 o número de focos já ultrapassou qualquer outro ano que tínhamos registrado na série histórica, desde 1998”, explicou na ocasião.

Amazônia x Pantanal

Amazônia registrou o segundo pior setembro em relação às queimadas da última década e o Pantanal teve o pior mês de sua história. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O fogo nos dois grandes biomas preocupa não só a população brasileira mas também os governantes. Isso porque, já foram registrados 32.017 focos de calor na Amazônia, um aumento de cerca de 60% em relação ao mesmo mês do ano passado. No Pantanal, o aumento foi de 180% em relação a setembro de 2019. 
 
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa

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