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Estado de Minas RECURSO

MP pede reabertura das investigações contra padre Robson de Oliveira

MPGO diz que habeas corpus concedido no caso do padre Robson atrapalha outra investigação, que apura corrupção na Polícia Civil


15/10/2020 15:35

Padre Robson é suspeito de condutas criminosas e irregularidades nas Associações Filhos do Pai Eterno(foto: Reprodução)
Padre Robson é suspeito de condutas criminosas e irregularidades nas Associações Filhos do Pai Eterno (foto: Reprodução)
O Ministério Público de Goiás (MPGO) entrou com um recurso na quarta-feira (14/10) pedindo a nulidade da decisão que trancou a investigação contra o padre Robson de Oliveira, suspeito de condutas criminosas relacionadas a irregularidades nas Associações Filhos do Pai Eterno (Afipes). Segundo o MP, parte das doações de fiéis teria sido usada para compra de fazendas, carros, gado e até casa na praia. O religioso nega irregularidades na administração.

A investigação da Operação Vendilhões foi trancada em 6 de outubro. O desembargador Nicomedes Borges, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), entendeu que a Afipe é uma entidade privada e que não há provas suficientes de que o dinheiro doado pelos fiéis tinha desvio de finalidade.

No recurso, o Ministério Público alega que o órgão não foi ouvido, o que fere o Código de Processo Penal, além de desconsiderar novas provas produzidas ao longo da investigação. Por fim, os promotores afirmam que a decisão trancou também outra investigação, que não tinha relação com o caso e apurava a suspeita de conduta criminosa por parte de integrantes da Polícia Civil em uma extorsão contra o padre Robson em 2017.

O pedido de embargos de declaração foi feito diretamente ao desembargador Nicomedes Borges, relator do habeas corpus que trancou a investigação.

Operação Vendilhões

O MPGO deflagrou a Operação Vendilhões em 21 de agosto. Na ocasião, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Trindade e em Goiânia. O MP suspeitava da prática de crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro. A quantia investigada chega a R$ 1,7 bilhão.

Segundo os procuradores, foi descoberta uma teia de movimentações financeiras, envolvendo a compra e venda de imóveis — casas, apartamentos e fazendas — em Goiás e outros estados, além de transferências de valores entre contas bancárias. Entre os imóveis investigados, está uma casa de praia na Bahia.

No mesmo dia da operação, a Justiça também autorizou a quebra de sigilo dos dados bancários, fiscais e telefônicos do padre. Um dia depois, o sacerdote pediu afastamento das funções de reitor do Santuário Basílica de Trindade e da presidência da Afipe.

O Ministério Público chegou a pedir a prisão do padre, sob o argumento de que a detenção seria necessária porque os desvios de dinheiro estariam ocorrendo há anos. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais da comarca de Goiânia.


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