O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira, 2, que o país estaria em condições de receber ao menos 10 milhões de vacinas Sputnik V, contra a covid-19 e fabricadas pela Rússia, entre dezembro e janeiro. Cada vacina teria duas doses. Segundo Fernández, a vice-ministra da saúde, Carla Vizzotti, e uma assessora presidencial viajarão à Rússia para conhecer o estágio de desenvolvimento da vacina.
"Tivemos uma proposta da chancelaria e do fundo soberano da Rússia para saber se a Argentina estava interessada em contar com doses da vacina em dezembro, e obviamente dissemos que sim", afirma o presidente, em comunicado oficial. "Temos conseguido nos colocar em cada passo que a Rússia dá na Organização Mundial da Saúde (OMS) para verificar a qualidade da aprovação da vacina."
O mandatário argentino diz que o preço da Sputnik V está próximo à média de outras vacinas que estão em desenvolvimento no mundo, e que só tomará a vacina quando ela chegar ao país.
A Rússia registrou a Sputnik V em agosto, sob desconfiança da comunidade internacional a respeito dos testes e de sua eficácia. Em outubro, o país pediu à OMS autorização para o uso emergencial da imunização, que está na fase 3 de testes. No Brasil, o Estado do Paraná firmou acordo para desenvolver a vacina.
A Argentina viveu uma escalada dos casos da covid-19 no mês passado, e tem atualmente 1.173.533 casos confirmados, um dos maiores números no mundo. São 31.140 óbitos pela doença no país, que chegou a ser considerado exemplo ao estabelecer rígidas medidas de quarentena no primeiro semestre do ano.