Desde a última terça-feira (3) 14 municípios do Amapá, incluindo a capital Macapá, estão sem energia elétrica. O apagão foi causado por um incêndio em uma subestação operada pela empresa privada LMTE.
O apagão vem comprometendo fornecimento de serviços básicos como saúde, comunicação, alimentação e até o abastecimento de água. Estabelecimentos que possuem gerador de energia - como postos de combustível, aeroportos e supermercados - vem registrando filas quilométricas.
Desde a madrugada da última quarta-feira (4) os hospitais das Clínicas e de Emergências vêm operando apenas a base de geradores. As cirurgias foram interrompidas. O apagão acontece em meio a uma alta no número de casos de COVID-19 no estado e de aumento na ocupação dos leitos das redes públicas.
Nas redes sociais, internautas usam a #SOSAmapá, #ApagãoNoAmapá e #AmapáPedeSocorro para mobilizar atenção para a situação do estado. Apenas os municípios atendidos por outros sistemas de energia não foram afetados pelo blecaute.
50 h. de Apagão no Amapá. #SOSAmapá https://t.co/fZUZsINQU9
— Randolfe Rodrigues %uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 (@randolfeap) November 6, 2020
Ação do Governo
O Ministério de Minas e Energia criou um gabinete de gestão de crise, com participação de agentes do setor, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Eletrobrás e a LMTE, para "a atuação integrada de todos visando a buscar o rápido restabelecimento de condições normais de fornecimento de energia ao estado".
Na tarde dessa quinta-feira (5), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse haver expectativa de restabelecimento de 60% a 70% do abastecimento de energia. Até a manhã desta sexta-feira (6), a situação ainda não havia sido normalizada em nenhuma região do estado. O prefeito de Macapá, Clécio Luís (sem partido), decretou estado de calamidade pública no final da tarde de ontem.
Ainda segundo o ministro, os reparos dos transformadores destruídos e o restabelecimento das condições normais de abastecimento energético podem levar até 30 dias. Após um encontro com o goverrnador do Amapá, Waldez Góes (PDT), o ministro disse que, entre as medidas em estudo, está o transporte de dois transformadores para substituir os equipamentos danificados. Um dos transformadores chegaria ao Amapá dentro de 15 dias, e o outro, em até 30 dias.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não se posicionou publicamente sobre o assunto.
Caso está no Ministério Público
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) e o deputado federal e atual candidato a prefeito Camilo Capiberibe (PSB) peticionaram uma representação no Ministério Público Federal e no Ministério Público do Amapá pedindo a apuração das causas do apagão, assim como a responsabilização pelo transtorno.
Os dois ainda anunciaram que pedirão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o adiamento das Eleições municipais do estado, previsto para o próximo dia 15.
(Com informações de Agência Brasil)