A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alegou precaução da área técnica para suspender testes de vacina Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com a Instituto Butantan. A decisão foi tomada nessa segunda (9), após a agência identificar um "evento adverso grave" com um dos milhares de participantes do teste. A suspensão não tem prezo para acabar, segundo a agência.
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Mendes, sobre vacina: Não temos compromisso com prazo, interrupção é naturalAnvisa/Mendes: Notificação chegou só 3 dias depois por causa de ataque hackerAnvisa não quis 'jogar água no chope' e decisão foi técnica, afirma presidente da agência Sem máscara, presidente da Anvisa participou com Bolsonaro de manifestações em março'Existe guerra política, mas ela tem que ficar fora dos muros da Anvisa', diz presidente da Anvisa"Quando temos eventos adversos não esperados, a sequência de eventos é uma só: interrupção dos estudos. A responsabilidade é nossa, de atestar a segurança de uma vacina e sua eficácia. Que outra decisão é possível diante de um evento adverso grave não esperado e com informações incompletas? O protocolo manda que seja feita a interrupção do teste", afirmou Torres.
Ele ainda explicou que a interrupção é natural durante o desenvolvimento clínico de qualquer produto de vacina. "Não temos compromisso com prazo", declarou.
O gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, apresentou uma uma linha do tempo para exemplificar as notificações enviadas pelo Butantan e justificar a decisão de suspensão.
Segundo ele, a suspensão deve continuar. Isso porque, ainda de acordo com ele, não existem “evidências e dados para o estudo continuar”.
A Anvisa não esclareceu até quando a suspensão deve continuar ou se vai reverter o veredito de suspensão.
Linha do Tempo
- 29/10 - evento adverso teria acontecido
- 6/11 - Instituto Butantan enviou informação que não chegou até a Anvisa por conta de problemas técnicos
- 9/11 - 18h - Comitê da Anvisa recebe comunicação oficial do Intituto Butantan informando da ocorrência de evento adverso. Sem nenhum detalhe
- 9/11 - 20h45 - Comunicação eletrônica enviada para o Instituto Butantan
- 9/11 0 21h25 - Publicação no portal da suspensão de estudos
Interferência política
Barra Torres também fez questão de esclarecer qualquer suspeita sobre interferência política na decisão de suspender os testes. "Decisão é técnica. Não depende de aval de diretores", afirmou.
“O que o cidadão brasileiro não precisa agora é de uma Anvisa contaminada por interferência política”, explicou.
Barra Torres é amigo próximo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele é almirante e assumiu o cargo por indicação de Bolsonaro.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz