A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão responsável por regular os estudos com seres humanos no País e garantir a segurança aos voluntários, também foi informada sobre a morte de um voluntário da vacina Coronavac, mas decidiu manter, ao menos por enquanto, os testes do imunizante. Na avaliação do órgão, as evidências apresentadas até agora indicam que o óbito não teve relação com a vacina.
"Recebemos a notificação no dia 6 e chamamos uma audiência com os pesquisadores para aquele dia mesmo, à noite, para pedir alguns esclarecimentos. Com as informações prestadas, apesar de ainda preliminares, tudo indica não há relação com a vacina e não vimos necessidade de interromper os testes", disse Jorge Venâncio, coordenador da Conep.
Venâncio disse que a decisão final da Conep só será tomada quando ele receber o relatório do comitê independente do estudo, formado por especialistas de fora que avaliam os dados da pesquisa. A expectativa é que o documento seja entregue à comissão ainda hoje.
A postura foi diferente da adotada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que suspendeu os testes na noite de ontem. Segundo o Instituto Butantã, que conduz a pesquisa da Coronavac, os técnicos da Anvisa tomaram a decisão sem pedir esclarecimentos para os pesquisadores, o que causou estranheza e suspeita de que o órgão estaria sofrendo interferência política.